quinta-feira, 4 de junho de 2009

Sei lá


A VIDA TEM SEMPRE RAZAO - Vinicius De Moraes e Toquinho
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É um privilégio pertencer a uma tribo democrática, constitucional, multipartidária, com poderes repartidos e independentes, com órgãos sufragados directa ou indirectamente. Este privilégio permite-me, sem poses majestáticas, envergar o meu capote alentejano, empunhar mê cajado quais manto e ceptro reais, para enxergar o mundo, pigarrear e dizer:
-Apropinquem-se e oiçam o que tenho para vos dizer: Olhem bem para mim e invejem a liberdade.

Tadinhos dos que vergam pescoços à canga do monolitismo partidário, parideiro de cliques dominadoras da economia e das finanças onde a promiscuidade administrativa e judicial valsa em ballets roses, se empanturra com snakes, se inebria à custa de Veuve Clicquot, destilado por lumpanato translúcido a seus olhos e transparente para tais corações.

Tenham calma, que Roma e Pavia não se fizeram num dia. Loureiros amnésicos e Oliveiras bem dispostas, espécies protegidas por bem elaboradas reservas ecológicas, convivem na paisagem protegida com quercus enfermos, mas tal não importa desde que só se enxergue a floresta passando despercebidas tais arvores.
Está tudo afinado: Com a Lei do financiamento dos partidos aprovada, sem perderem tempo com a supérflua eleição de um provedor de justiça, as máquinas dos partidos estão em marcha, rugem estrada fora convencendo quem podem, arregimentando animadores de arruadas, convencidos.
As curvas e contracurvas apertadas das sondagens são feitas a cada vez maior velocidade desrespeitando as trajectórias previamente estudadas, recorrendo à inspiração de momento, confiando no instinto de sobrevivência. No final vencerá um, não importa quem pois não há nenhum a quem se possa chamar melhor. Deste louco rally só vamos na primeira etapa. Aguardemos pelo final e oremos irmãos para que eles saibam o que fazem pois vem-me à memória, neste dia, uma frase batida: Não sabia.
No principio, ainda era o verbo, e já o nosso PM candidamente dizia que não sabia que o estado da nação era este. Esqueçam, disse, o programa eleitoral e… vai de mais impostos, mais desemprego. Não teria sido mais justo repetir o acto democrático e eleger quem soubesse da poda? Depois, o verbo foi-se estafando:
Sócrates garante que Governo não sabia da insolvência quando anunciou apoio de 100 milhões à Qimonda.
Sócrates não sabia de demissão de Dalila Rodrigues;
o primeiro-ministro diz que desconhecia que estava a violar a lei e nã se podia fumar nos aviões.
O PM nã sabe de nada; dos malandros que tinha na família… népia, da crise… idem, só há muito pouco tempo ouviu falar! Freeport? Qué isso?

Oh deuses, na vossa magnitude, perdoem os que tão pouco sabem porque...
cá o pobre do Erecteu parvus est.

1 comentário:

Avó Ofélia disse...

..e não há volta a dar... a única que dá é ao estômago
Ofélia