segunda-feira, 11 de maio de 2015

O Coelho dos Bosques

Esta República impõe que a todos seja dado igualdade de oportunidades e preconiza nos seus princípios constitucionais que a todos seja possível viver com dignidade e a que ninguém falte o essencial: Paz, pão, saúde, educação e habitação, tal como se clama em cantilena de intervenção.
Há tanta gente que se preza de ser “às direitas” e que despreza o constitucional cariz social em detrimento do que apodam de proteccionismo propiciador ao aparecimento de mandriões! Ao invés perfilham a doutrina neo-liberal que se lhes afigura como a única mola capaz de promover o progresso.
Dirão uns que cada um que se safe, e outros, à laia do praticado em catástrofe: “primeiro mulheres e crianças” ou seja há que valer aos desvalidos.
Serão os “neo” assim tão insensíveis? Penso que não! E não será só por se incomodarem quando têm que interromper o repasto pelo esmolar de atrevida mulher ou criança. Não; é sabido que os “neo” também têm alma e se preocupam com os que quase nada têm, porem cada macaco no seu galho… A sociedade devidamente organizada desde sempre criou espaços dedicados à caridade e soube criar incentivos para a promover, atente-se à feliz ideia de descontar (ou subtrair) nos impostos aquilo que se “dá” para esses fins, sem se lhes retirar o livre arbítrio de o fazer…

Um “”neo” tem mais encanto na medida em que não sendo um fora da lei, ainda assim evoca romanticamente Robin Hood, o galã fiel ao poder, divinamente instituído, de Ricardo -Coração de Leão- para desfaçatez do Sheriff de Sherwood, enamorado de Marian, sobrinha de Ricardo, e em coluio com um frade racha-cabeças, roubar aos cofres do estado para valer aos pobrezinhos… melhor só personificando o nosso “Zé do Telhado”.
Um “neo” às direitas não é uma imitação kitsh, não senhor. Os “neozinhos” de hoje não sendo os “neozões” de ontem, são genuínas peças com muito mais encanto pois, não vindo da Reboleira, estão insuspeitamente desvinculados de interesses populares. Vindos desses "Massamás" são populistas que proliferam pelas Grandes-Lisboas, ou até profundo mundo rural paridor de doutores à maneira de Pires de Lima ou indefectíveis Loureiros, alcandorados a intelectuais e, ou, industriais fachos/faróis de personalidades movidas a ambição nuclear com mais “octanosteronas” com que algum Zé Camarinha jamais sonhou...

Um “neo” á maneira produz o impacto visual dos reclames luminosos dos anos cinquenta… piscam, piscam, em toda a gama de cores e tons e cores, parecendo não ter fim…

Mas em verdade vos, digo: Não há neón" nem “neo” que não acabe por se fundir……