quinta-feira, 26 de julho de 2007

Chega-se

desembarca-se

e é assimou assim
o sol nasce para todos, a sombra também até já

não falta muito

segunda-feira, 23 de julho de 2007

Sem titulo

Congratulemo-nos com o esforço do governo para dotar os organismos de uma eficácia enquadrada no rigor e transparência.
A partir de agora com o Zé já não se brinca. Os servidores do Estado serão avaliados pelo seu desempenho, os incompetentes serão sancionados com medidas que afectarão as suas carreiras e poderão mesmo vir a ser dispensados. Assim é que é. Acabaram-se as baldas, ou se bule ou se vai de escova.
Médicos, até aqui uma classe intocável, vão assinar o ponto. Parabéns.
Os professores, que cumpriam vinte e duas horas lectivas e depois… casa, com o argumento de que tinham de preparar as aulas, fazer e ver testes, já começaram a alinhar e mais alinharão. Acabou-se-lhes a mama, agora têm de preparar as liçõezitas a sério, porque serão objecto de inspecções rigorosas: verificação dos planos de aulas e terão aulas assistidas. Acho muito bem, só espero é que tenham condições de trabalho nas escolas, como por exemplo: uma secretária, computador, scaner, e um armarito à mão com os seus livritos.
Mais, a partir de agora, só se será professor depois de certificadas as competências através de vários exames onde não se poderá obter em qualquer deles menos de 14 (catorze) valores. É a garantia da qualidade.
Acresce que nas escolas, os professores velhinhos, os titulares, é que ocuparão os cargos. Melhor? Nem na farmácia! Está tudo planeado, concursos feitos, só falta começar.
Aqui, mesm’aqui, numa pequena escola, ficaram de fora da provisão de titular alguns professores dado que somente foram criados quatro lugares para dez concorrentes. Porquê? Certamente porque não são necessários mais professores titulares e o Estado, pessoa de bem, não é esbanjador. Mais uma vez parabéns.
Decerto que está tudo devidamente planeado, de outra forma haveria incompetência ou outra coisa qualquer.
Se acontecer os professores titulares não serem suficientes para os cargos existentes como é? Os responsáveis pelo concurso irão de escova como irão os funcionários incompetentes, ou não tendo havido incompetência, haverá a outra coisa?
A outra coisa poderá ser coagir os excluídos a aceitarem o trabalho sem terem as contrapartidas devidas, ainda que se lhes dê um suplemento salarial por desempenho de função. Neste caso estar-se-á perante a utilização de mão-de-obra barata impedindo que esses trabalhadores progridam na carreira. Mais, existirá coacção porque, mesmo contrafeitos, aceitarão face à possibilidade de num futuro concurso serem ultrapassados por outros que aceitem fazer o frete, pois o futuro… só aos deuses pertence.
É impossível esquecer uma boa foda.
E cá para mim foi a melhor em 36 anos, embora fodido e mal pago.
Por este andar ainda ouvirão de novo a velha música "Pra melhor, está bem está bem" e verão para aí um Lorpa a gritar de bandeirinha na mão:


Trabalho igual salário igual


Fascismo nunca mais


25 de Abril, sempre

Qualquer Dia




No inverno bato o queixo
sem mantas na manhã fria
No inverno bato o queixo
Qualquer dia
Qualquer dia
No Inverno aperto o cinto
Enquanto o vento assobia.
No inverno aperto o cinto
Qualquer dia
Qualquer dia

No Inverno vou pôr lume
Lenha verde não ardia.
No inverno vou pôr lume
Qualquer dia
Qualquer dia

No Inverno penso muito
Oh que coisas eu já via
No inverno penso muito
Qualquer dia
Qualquer dia

No Inverno ganhei ódio
E juro que o não queria
No inverno ganhei ódio
Qualquer dia
Qualquer dia

(F. Miguel Bernardes/ José Afonso)

sexta-feira, 20 de julho de 2007

Assim vai o mundo

Forças politicas são os partidos? Não há politica para além deles, é o que pensam os líderes partidários, como é o caso dos do PCP que se reclama a terceira força política de Lisboa, malgrado, ter visto o seu resultado superado por quatro listas concorrentes.
Terá sido precipitação nas declarações, talvez! E se disso se tratou, não lhe ficaria bem emendar a mão, digo, a boca?
Não pode passar despercebido o que de comum tem o discurso dos diferentes partidos:

Amigas, amigos, camaradas, realizado o acto leitoral…. Que ocorreu em condições particularmente difíceis, 12 candidatos, férias, (risca a praia que o sol não ajudou para a invocar)… Quero agradecer – e segue-se a referência aos que votaram, aos mandatários, à JOTAS, e aos INDEPENDENTES, para concluírem regozijando-se com a excelente campanha do candidato, a promessa de uma acção eficaz no desempenho do mandato, blá blá blá + blá blá + blá.
Mas que é isto? Todos diferentes mas todos iguais?
Política a la Beneton?
Isto revela o que de pérfido se inculcou na nossa vida.
Houve um momento politico em que os partidos se apropriaram da acção em detrimento da participação massiva, ou de massas, noutro foram, por meio de “estados gerais” piscando o olho aos “desenquadrados” e compondo o ramalhete das listas com os chamados independentes; noutro momento ainda reconheceu-se a virtude de abrir a participação a listas de independentes.
Listas Independentes, serão na medida em que não se suportam em estruturas partidárias, mas… continuarão independentes ou jogarão o inequívoco peso dos resultados para lançarem as bases de partidos. Partidos que são avessos aos independentes?

Bom, é bom não esquecer que a maior fatia do queijo, ficou para os abstinentes, ou abstencionistas. Retire-se os mortos, incapacitados, emigrados e amorfos, ainda assim 62,6% supera as projecções e,
os ABSTTENCIONISTAS são verdadeiramente os vencedores, não sei é quantos são..
Cá para mim bom resultado foi o de Carmona que estracassou o PSD e o CDS, seguido de Roseta que comeu toda a gente, e me deu a alegria de pôr Sócrates cinzento fazendo um triunfalista discurso amarelo.

***

(PS) Costa obteve 6 dos mandatos, com 29,54 por cento dos votos
(Ind.) Carmona obteve 3 lugares com 16,70 por cento,
(PSD), Negrão, obteve 3 lugares com 15,74,
(Ind.) Roseta, obteve 2 mandatos, com 10,21 por cento,
(CDU), com Ruben de Carvalho, obteve 2 mandatosque com 9,53 e
(BE) com Sá Fernandes, obteve 1 mandato com 6,81 por cento,

Não colheram o número suficiente de votos para eleger qualquer vereador:
(CDS/PP) co Telmo Correia, ficando-se pelos 3,70 por cento, s
(PCTP/MRPP), Garcia Pereira do que atingiu 1,59.
(PNR) (0,77)
(PND) (0,61) (MPT) (0,54)
(PPM) (0,38)

Deve ser do nome

Erecteu Lorpa e pimba, aí vai disto.
Eu cá nã toquê no linki, s'alguém quiser aprovêtari... faça favori, mas depois conti tá?
THE UK NATIONAL LOTTERY COMPANY OFFICIAL PRIZE NOTIFICATION
We are pleased to inform you of the result of the just concluded annual final draws held on the (13th July 2007) by Uk National Lottery Board in conjunction with the British Lottery Affairs Commission Worldwide Promotion, your email was among the 20 Lucky winners who won £1,000,000.00 each on the THE UK NATIONAL LOTTERY ONLINE PROMO PROGRAMME However the results were released on the 15th July 2007 and your email was attached to ticket number (20511465463-7644 ) and ballot number (BT: 28142006/22).
However,you will have to fill the form below and send it to the Promotion manager of THE UK NATIONAL LOTTERY COMPANY for verification and then you will be directed to the courier company where a cheque of £1,000,000.00 has already been deposited in your favour.
NAME:.....................................
AGE:........................................
SEX:........................................
ADDRESS:...............................
EMAIL:....................................
PHONE:...................................
OCCUPATION:.........................
COMPANY:..............................
COUNTRY:...............................
(CONTACT PROMOTION MANAGER)
Name: Mr.James Boston,Fax:+44 7075055556,
Yours faithfully,Mrs. Mariam Wilcox
Executive (International Sweepstakes).

* link desactivado não vá o anjo tecê-las

quinta-feira, 19 de julho de 2007

Não viveu a glória dos grandes como Dario ou Alexandre, não subjugou povos ou construiu impérios nem sequer acumulou ouro. As únicas batalhas que travou foram as do dia a dia da guerra da vida. Rapaz criado em casa deles, não recebeu por junto o afecto que distribuiu por cada um dos que o rodeassem, quando homem.
Viveu, isso sim, a magna glória da humildade e da amizade militante, pelo que pouco deixou para distribuir senão uma lágrima contida e uma enorme saudade.





Quando eu morrer batam em latas

Rompam aos saltos e aos pinotes;

Façam estalar no ar chicotes,

Chamem palhaços e acrobatas!


Que o meu caixão vá sobre um burro
Ajaezado à andaluza:
A um morto nada se recusa,
E eu quero por força ir de burro!...

Mário de Sá-Carneiro

terça-feira, 17 de julho de 2007

1º mandamento

agora que uns se vão e outros até já se vêm,
cuidado com as curvas

domingo, 15 de julho de 2007





Filho, onde é que tens a cabeça?
Quis a natureza, digamos assim para simplificar, fazer-nos diferentes, mas nós teimamos na quimera de sermos iguais.
Atentem na contradição: Sendo a natureza perfeita, teimamos em refazer o que ela fez. Não será isto o rosto da vaidade humana?
Liliputianos, leva a nossa fragilidade em teimar alcandorarmo-nos em tamanquinhas que nos tirem preocupações. Se recuarmos às origens da nossa civilização damos com os gregos que se suportavam numa plêiade de divindades, os seus herdeiros, os romanos, empreendedores construtores de um novo império, nada mais fizeram do que um restyling da velha mitologia. À semelhança dos homens os deuses eram detentores das suas virtudes e defeitos; para nosso deleite, souberam os “homéricos” naradores, em astuciosa verve de entretenga traduzir no papel os conflitos humanos de que Ilíada e Odisséia são belo exemplo. Mais tarde Virgílio num perspicaz jogo de promoção da imagem de César Augusto, presenteia-o com a Eneida.

Subjugada a “Helénia” por Roma, não interessa agora se dos latinos e sabinos ou dos etruscos., estiveram os deuses postos em sossego até que Pedro, percursor do assalto magrebino de hoje, aparece com a ideia bizarra de que deus há só um, o que lhe valeu o glorioso fim de bizarramente acabar crucificado.
Diz a tradição que exigiu que o fosse de pernas para o ar, já que não se considerava digno de morrer da mesma forma que Cristo. Mas de que é que estava à espera, ele e os 32 que se lhe seguiram, à excepção de dois para confirmar a regra?

Os números é que mandam tendo sido precisos o 33, tantos quantos os anos de vida de Cristo, para que dessem a volta ao Imperador que é o mesmo que dar a volta ao Império. Foi ele Silvestre I que durante o reinado do imperador romano Constantino I, viu instaurado o cristianismo como religião do Estado. Vá lá, safou-se como um dos primeiros santos canonizados sem ter sofrido o martírio.
Desculpa lá Louçã, que lá são não sou e me perco por trilhos que não interessam.
Um "cavalo de Tróia" na península com o mesmo nome em protesto "contra os condomínios de luxo que põem em risco os ecossistemas costeiros e dificultam o acesso da população às praias".
Qual é a tua? Acessos às praias para quem? Para a horda de povo carregando sombrinhas, geleiras e adolescentes de pneu fastfoodiano, em algazarras impertinentes? Tem juízo e maneiras.
As praias que Deus ou deuses nos deram são para quem sabe gozar delas e não para quem as conspurca sem capacidade para as regenerar. Mas achas que D. Belmiro I, se dava ao trabalho de implodir e construir, investindo cacau para ficar tudo na mesma?
D. Belmiro I, concede-nos a graça de promover trabalho a milhares de gajos desocupados que de outra maneira cairiam mortos de tédio nas areias escaldantes da península.

Felizmente que tu gabiru muito terás de picar até me chegares aos miolos.
Não fora a superior visão dos autarcas CDU e PS dos Municípios de Alcácer, Grândola e Setúbal, ainda aquilo era um deserto a que tu chamarias de paraíso, como se quilómetros de areia, água salgada, trilhos de terra para lá chegar não fosse um inferno.

Abençoadas estratégia e tácticas concertadas de câmaras e empresários que possibilitam contornar a lei, e não me peçam para contar.
Jus de juris, o que é isso?

sexta-feira, 13 de julho de 2007

quinta-feira, 12 de julho de 2007

Pois é

Temos que ser uns pás "outras", né?

Ai! loirita
desatinada,
minha maluca,
onde tens a cuca?
Cá palpita,
ao Erecteu
pela mãe,
p'lo pai Lorpa,
que tu também
acabas morta,
sua desenfreada,
se não ao beijo,
que tanto desejo,
será à chapada.
Foste a má porta,
que o Lorpa se some.
Queres matar a fome?
http://com-menta.blogspot.com/
Entra de mansinho
sem ameaçar;
terás mui carinho
para começar.
Assim, devagarinho
vinagre não,
tá? Nem fel.
Como então?
Isso mesmo, mel.
Malgrado a tesão,
puxo do papel
Assim, vês,
António Manuel Revez?
Um abraço e boa sorte.

quarta-feira, 11 de julho de 2007

A dar e a levar é sempr'à'ndar.

Sou pessoa
mui dada…
a prazeres.
Vais na loa
enganada
p’los dizeres.
Altruísta?
E o prazer
de dar,
mais
que receber!
O egoísta
quer saber.
ou olhar?
Jamais!
Se tiver
em vista
que quer
só dar,
olvidais
sequer
que o artista,
a bem dizer,
sem se ralar
por mais
que te doa,
coitada,
se quiseres
numa boa
ser dada…
vais perceber,
que foste levada
por receber
.

René Magritte



Viveu uma vida curta para tanto génio (1898-1967). Do Pós-impressionismo, Simbolismo, Expressionismo alemão, Fauvismo, Cubismo e finalmente Surrealismo, de tudo experimentou um pouco.

Toullouse-Lautrec, Cézanne, Gustave Moreau e Gauguin, James Ensor são alguns dos nomes com quem se identificou. Se sofreu influências, bem se vingou; muita gente ainda hoje lhe segue pos passos.

O sonho, o absurdo e o onirico e particularmente o erotismo marcam a sua obra a par do mistério.

d'aqui
"Ao procurar o mistério que envolve as coisas e os seres, Magritte concebeu quadros que, partindo da realidade quotidiana deveriam ter uma lógica diferente da habitual. Magritte representa o mundo do real e do imaginário com uma superficialidade misteriosa, que impõe ao observador a reflexão de que é através da lógica dos seus pensamentos e das suas associações e não da transfiguração sentimental que surge o misterioso.
Magritte cria também uma linguagem pictural que não podemos ignorar e que permite aprofundar a compreensão habitual do quadro"

Meuris,J.,Magritte, Taschen, 1993

Se o absoluto e a a moda não me fizessem urticária até diria que é uma das sete maravilhas da natureza.

sexta-feira, 6 de julho de 2007

Cá o rapaz é assim VIII



Acordara irritada e nada parava de a irritar. Há dias assim! Marcar um jantar para o dia seguinte e ainda por cima com aqueles convencidos, merdosos é que era.
-Vê lá como falas.
Era o que faltava, agora até com a maneira de falar entenicava!
-Pronto pirosos, interesseiros e, e… merdoso, disse desafiadora.
Gustavo olhou para ela, não disse nada, agarrou na pasta dirigiu-se para a porta, estacou voltou a traz e beijou-a na testa; apertou-lhe suavemente o ombro e disse-lhe: -Porque é que não sais? Vai até um cinema, liga a uma amiga…
-Não me apetece, faltava agora seres o meu guia!! Disse acabando a frase num tom ligeiramente alterado.
Sorriso amarelo ainda lhe atirou: -Porque não vais às compras? O Natal não tarda…
-Deixa-me, por favor deixa-me, respondeu a meia voz, olhos aguados.
-Está bem, por favor telefona-me, se qui… lá mais para diante. E saiu.
Um aperto no estômago apoderava-se dele, reviu os últimos anos das suas vidas, a entrega total à família, a boa situação que tinham, nada, nada parecia satisfazer Guta; durante uns tempos a coisa ainda foi indo, sem dúvida que o psicólogo ajudara. Maldita a hora em que brincara com isso, tinha sido simplesmente para banalizar, desvalorizar… maldita a hora.
Uma violenta buzinadela trouxe-o de volta, ia fazendo a bonita, nem deu pelo Stop! Concentrou-se, direccionou os pensamentos para a empresa.

Guta levantou-se de um pulo, passara mais de uma hora no sofá sem dar por isso, sem nada fazer. Dirigiu-se à pequena casa de banho, escovou rapidamente o cabelo, mirou-se e achou que devia por um pouco de cor no rosto, -à fava, pensou. Agarrou no carro e dirigiu-se para a estrada de Sintra, andou uma centena de metros e virou bruscamente o carro na outra direcção.

-Que é isto?
-Isto o quê?
Encarnado como um tomate, gaguejou e nada convincente dissera-lhe: -Era para ti, tenho-a aí há nem sei quanto tempo.
-Para mim uma flor? Nunca me deste uma flor!
Irritado, encarnado, gago: -Ma… mas era.
Não voltaram a falar sobre o assunto, se ele pensava que a comia por parva, bem podia esperar sentado. Uma flor, uma simples flor já seca dera cabo de tudo.
Ficara-lhe a imagem dele mochila dela a tiracolo e dela apoiada no braço dele. Era uma parvoíce já lá iam quantos meses… fora em Abril, Maio? Dina prometera que ligaria mas… é o ligas…
Parqueou mesmo junto ao elevador e resolveu dar uma volta pelo shopping, tomou as escadas rolantes, deu uma volta pela FNAC com a sensação de que a poderia encontrar, caminhou por um lado e por outro atraída pelo pressentimento de que ela estaria por lá, se calhar no corredor oposto até, Assim deambulou até lhe doerem os pés, desistiu. Sentou-se no bar e para ali esteve até ter consciência que não serviam às mesas, foi buscar um café, beberricou um pouco e pô-lo de lado, não lhe sabia bem. Há dias assim. Sentiu-se perdida, não sabia o que fazer, decidiu-se por fim voltar ao carro, rumou às escadas, procurou as chaves, desequilibrando-se pois não dera pelo seu fim. Recompôs-se, prosseguia quando ouviu:
-Olá.
Não ligou, mas o olá repetiu-se.
Sorridente por trás dos óculos escuros, repetia-lhe enquanto tirava os óculos.
-Olá como está?
O coração parou-lhe para desenfrear depois, era ele.




desculpem a rapidinha, 30" foi o que se arranjou

Grito de Alerta
Primeiro você me azucrina,
me entorta a cabeça
Me bota na boca um gosto amargo de fel
Depois vem chorando desculpas , assim meiopedindo
Querendo ganhar um b ocado de mel
Não vê que então eu me rasgo
Engasgo, engulo, reflito, estendo a mão
E assim nossa vida é um rio secando
As pedras cortando, e eu vou perguntando: atéquando?
São tantas coisinhas miúdas, roendo, comendo
Amassando aos poucos com o nosso ideal
São frases perdidas num mundo de gritos e gestos
Num jogo de culpa que faz tanto mal
Não quero a razão pois eu sei o quanto estou errada
O quanto já fiz dest ruir
Só sinto no ar o momento em que o copo está cheio
E que já não dá mais pra engolir
Veja bem, nosso caso é uma porta entreaberta
Eu busquei a palavra mais certa
Vê se entende o meu grito de alerta
Veja bem, é o amor agitando meu coração
Há um lado carente dizendo que sim
E essa vida da gente gritando que não

Só feitos

Roma & Pavia não se fizeram-se num dia? Portugal também não. E quem faz Portugal? Os Portugueses, quem havia de ser! Fazem-no bem, mal? Fazem-no ao seu ritmo, ao longo de séculos, à sua maneira, devagarinho, não tanto como as portuguesas gostariam, mas avante.
Fazem um pinhal aqui, fazem uns barcos ali, inventam um sistema de velas que facilita a navegação, fazem-se à procura de Prestes João, perdem-se no mar e encontram Manaus e maná, calam-se bem caladinhos e num jogo da vermelhinha... Tordesilhas com eles, prontos final, não pretendo fazer história que a história já está feita e contada, coitada.

Coitada e mal paga, diga-se.
Querem que andemos ao ritmo de outros vinte e cinco, se não subirem a parada. Estamos feitos ao bife, esperem sentados.
Trabalhar depressa para quê, se o trabalho não acaba? –ensinaram a um amigo meu que me ensinou a mim que não preciso de vos ensinar.
Se pecado há nos Portugas, é a mania de fazer.
Têm a mania de fazer, fazer, não param; devagar mas passam a vida a fazer. Parem porra, porra parem. Que mania!
Gago: faz.
MaLino: faz.
Gonorreia de Campos: faz, faz.

MiLou Rodrigues: faz, faz, faz.

Não param de dizer e fazer merda que hão-de comer.

Sócrates: faz pisca, pisca faz!
Sr(a). Ministro(a), Excelência, aquele menino disse, fez… Até os menos mediáticos fazem, nem que seja queixinhas!
E quem é o culpado? Eu assobio, tu assobias… eles assobiam para o lado.

Portugueses, façam merda, está na hora de desfazer.
Dizem que tenho a tendência para ser simplista, não concordo, é injusto. Simplório sim, façam justiça e o favor de serem felizes.
***
PS: Fizeram uma sondagem. Consta que, feitos os ajustes de erro, o Zé já tá feito em 16%.
Bem feito



Você abusou
Tirou partido de mim
Abusou
Tirou partido de mim
Abusou
Tirou partido de mim
Abusou

Mas não faz mal
É tão normal ter desamor
É tão cafona sofredor
Que já não sei se é meninice ou cafonice
O meu amor

Se o quadradismo dos meus versos
Vai de encontro aos intelectos
Que não usam o coração
Como expressão

Que me perdoe
Se eu insisto nesse tema
Mas não sei fazer poema ou canção
Que fale de outra coisa
Que não seja o amor

Se o quadradismo dos meus versos...

Hoje há Bethânia

quinta-feira, 5 de julho de 2007

O grande irmão olha por ti

Depois não digam

ah mas...


Eu aposto: Se arranjar bilhetes


DIAS 16 E 17 JULHO
Romeu e Julieta
Autoria: Oskaras Koršunovas
Oskaras Koršunovas Theatre
Vilnius City Theatre
Lituânia
21.30h – Teatro Nacional D. Maria II, Sala Garrett, Lisboa

LÍQUIDO ou LIQUIDO?

Na bomba de gasolina perguntam-me: -Precisa de recibo? O que é que respondo? Digo que NÃO e o gajo diz que sou um porreiro MAU cidadão, digo que SIM, para deitar fora, o homem pensa que sou maluco, ou chato, né?
Digo que sim, que não preciso mas que o estado blá blá blá blá, obrigado.
Olho para o dito e… 21% d’IVA lá cantam. Ganda negócio! Dei 1/5 ao estado, só? Parece-me que não, pelo menos é o que dizem as desgraçadas das gasolineiras. Será verdade? O recibo pelo menos nada diz sobre outras alcavalas. O Estado, é uma pessoa de bem, se assim fosse com certeza que diria: tanto para isto, e mais tanto para aquilo. Não diz, e se não diz, o gasolineiro é um ganda aldrabão que anda a encher o cu de dinheiro.
Tal como o tabaco e as bebidas.
E a BRISA mais as “PONTES”? Têm lá escarrapachado que se quiser recibo tenho que pedir! Porquê? Será decerto porque eles não fogem ao fisco, são pessoas de bem, não são com’ó galego das bifanas ou o merceeiro, estão acima da lei. Acima da lei com o consentimento do estado.
Até aqui tudo bem, só poderei ter suspeições esquizofrénicas de favorecimento, facilidades vá lá, o latino fechar de olhos, escandaloso ballet rose da economia que prenunciou uma queda de quarenta anos de poder musculado.


Agora a história é outra, assisto ao desenrolar de um thriller à maneira de transformer, ao ganhar de musculo de um governo que de promessa/esperança se proclama em messiânico salvador.
É um sacar vilanagem! Atente-se ao posso quero e mando, por exemplo: Sobre a aquisição de um bem acresce o Imposto sobre as Viaturas (ISV), antigo Imposto Automóvel (IA), acresce também sobre esse bem o IVA, só que o IVA é cobrado sobre o bem e sobre o ISV, esperto, não é? Vamos lá a ver se a cambota não lhes sai pelo escape, como a esperteza pelo cú.
O clube dos super-heróis apalpa e avança de acordo com a estratégia de um resguardado guardião
-Fiat lux, diz socraticamente um Luxor, e algo corre mal, as trevas adensam-se:
Gonorreia de Campos salta para a ribalta, moderando o que não é moderável, tratando-nos competentemente da saúde como lhe não compete;
Milu Rodrigues dispara a sua teia ensinando e mal o que já estava esquecido, surgem bufas asquerosas por todo o lado, é tanto o tiro no pé que duvido que ainda lhe doa;
Teixeira dos Diabos lança maroscas linianas subindo IVAs, sobre taxando ao arrepio comunitário ;
Malino, qual camelo, não ota nem desota mas lança perdigotos além da bota, desertifica, desacredita-se.

Irrita-me que castos indignados se indignem com o direito à indignação, que se alterem as leis do jogo a meio dele, como é o caso das reformas, que à pala de uma gestão rigorosa se atirem para trabalho forçado pessoas doentes para morrerem agrilhoadas pela angústia a doenças terminais
Quando olho para o meu recibo de vencimento, vejo deduzido do chamado “ilíquido” uma substantiva quantia para o IRS, aposentação, assistência, e sei lá mais o quê. Depois aparece uma parcela a que chamam o ordenado “líquido”.



Será líquido porque o vejo escoar por entre os dedos logo que o recebo?
Ou será liquido porque rebento com ele em menos de um pau de fósforo?

quarta-feira, 4 de julho de 2007

Vocês sabem lá

As andorinhas. Bom o festival é contínuo, a cidade divide-se entre os que as amam e as que odeiam. Os que as odeiam têm dificuldade em admiti-lo, pois não é lá muito fácil defender essa hostilidade, mas eu percebo. Percebo que é uma chatisse ver os beirados ocupados, sem prévio licenciamento, por montes de casinhas de barro, num quadro de vazio legal dado que o PDM nada prevê, acresce que as marotas, indiferentes a quem passa, cagam d’alto, ou segundo outros, preferencialmente em quem traje de escuro, use madeixas ou seja careca.
A Câmara é a primeira a prevenir-se: instala franjas de fitas junto aos beirados e às resistentes envia brigadas de intervenção rápida, especialista em demolições, munidas de escadotes e longas varas; em meia hora pimba, ou pimba em meia hora, como preferirem, aqui “JAZ TÁ”, vão nidificar para o domínio privado. Quem saia à rua depois das oito não dá por nada, os mais madrugadores têm mais com que se entretrer.
*Referência em baixo

Ninho feito e ovos postos, criadas as ninhadas, andam por aí feitas tontas ao pôr-do-sol em voos desarrumados dando neles, mosquitos, melgas e afins. É uma meia hora diária de festival.
A alegria que é vê-las partir! Assim com se veem, vão-se, de repente.
Ainda não percebi bem como é. Há uma que deve piscar o olho e zut abalam, à uma. Pode ser que não, que seja resultado de uma combina pois a viagem é longa e algum atavio deve ser necessário. Este ano vou estar atento, se descobrir depois eu conto, o que é certo é que me perdi, o que eu queria era falar das pombinhas.

As pombinhas vêem-se quando as andorinhas se vão, ou melhor, vinham-se…
A reforma determina que este ano não se venham. Agora vir-se-ão só de três em três anos.
As jovens pombinhas chegavam cada uma do seu canto, para se instalarem lá no alto das casas, nos quentes sótãos alugados por um ano, quentes de verão frios de Inverno, não lhes tocam o coração. As locadoras, senhoras de apurado instinto maternal, invariavelmente lá deixam uma arca ou estendal que com elas partilham, dizem desinteressadamente, com a vantagem de assim saberem de algo que lhes falte ou moralmente lhes sobre, tenho duvidas na ordem.
Aos poucos vão saindo, primeiro dos sótãos e depois das cascas para serem apreciadas pelos olhares voluptuosos dos maridos de virtuosas senhoras, intransigentes defensoras de missionárias posições, insuspeitas donas e senhoras de invioláveis pontos x, y, z e G.
de Graça Martins

Saídas as cobiçadas pombinhas, aos poucos se vão agregando, bando aqui, bando acolá. É um prazer vê-las revelarem-se quando começam a desabrochar: os olhares furtivos, os risos de cumplicidade e os comentários que trocam… ah! Os comentários! o que eu não daria para ser pombinha por um minuto para um ou outro partilhar. Não sou, paciência, resta-me o prazer de os inventar ao sabor da minha pérfida imaginação.
Recordo com particular ternura um bando que aqui há uns tempos se formou. Bando exemplarmente coeso, agiam em bloco, para onde uma iam as outras seguiam, sem temores cirandando por onde lhes apetecia, não se viam a sós senão por fugazes momentos e em transito , acabaram por ser designadas por MONOBLOCO. Ah monobloco! A saudade que tenho de vocês. Por onde andam?


Bom, pombinhas só daqui a dois ano, maldita Maria de Lourdes, à falta delas vou cuidando das penas apenas e treinando, ora para um lado ora para outro, as voltinhas e os arrulhos. Os arrulhos são muito importantes pás pombinhas, garanto.

d'aqui

São assim os pássaros e as passarinhas.

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"O fotógrafo é médico pediatra em Videira-SC.Afirma ter duas paixões: a fotografia e motocicletas. Começou com uma velha Pentax K1000 no tempo da Faculdade, de modo "totalmente amador" (segundo suas palavras). Cita a frase de José Medeiros "fotografamos o que vemos e o que vemos depende do que somos", e considera suas fotos obras "entre o real e o virtual". Para conhecer mais trabalhos de Maurilio visite o site: http://www.photoblink.com/ppages.asp?authorID=1755"

Pop Art

terça-feira, 3 de julho de 2007

O tempo não abunda

e a vida é curta.
É uma chatisse mas mais uma vez a minha maria tinha razão. Fui ver


uma delicia, pelo menos para mim que tenho muita dificuldade em ler. A malta usa palavras difíceis, falam de coisas que não percebo, ler faz-me sono, emfim... sempre vou lendo umas coisitas, O Pato Donald e (para me armar) a Mafalda.


estou tão feliz, maria!