segunda-feira, 13 de novembro de 2006

Dia_positivo 2

cada ponto de chegada é um ponto de partida
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Como descrever aquele amontoado de casas predominantemente térreas confinadas por estrada e rua; abertas para pátios separados por muros que umas vezes eram outras não; que gente viveria ali e desde quando? uma família que crescera ao longo de gerações ocupando o terreiro, talhando-o em quintalitos ou pátios como mais lhe gostavam de chamar? O tempo, a seu tempo o revelará com certeza, ou melhor, talvez. Junto à rua contorcionada, varria um vulto negro, pá de zinco numa, vassourita descabada na outra mão. Rangendo foi-se levantando e rodando ao pressentir proximidade estranha. Quase erecta, inquiriu muda. –sou, depositando o carrego, a Maria Mota, como se a outra não o tivesse já adivinhado, de mão no rim, este é o Nereu –olha!, foi a resposta; -venham disse quando transpunha o muro por porta de tábuas rompido. É ali, disse.
Primeiro foram as duas viagens, para carregar até à porta semicerrada, ao canto, aquilo que afinal junto viera; depois, ao pôr a mão na aldraba de ferro, volteou a cabeça à procura… lá estava ele, ainda encostado à ombreira; só a cabeça franqueara o pátio, olhar perscrutando a pormenor, biqueira espetada cavando a terra, língua espetando, ora uma ora outra, as bochechas.
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7 comentários:

rui disse...

Olá ...Erecteu

Continua uma narração de vultos memórias e pormenores, e o Nereu sempre presente.
A imaginação está presente.

Um abraço

Maria disse...

Novo rumo narrativo? Memórias reais ficcionadas? Gosto muito. Gosto sempre.

beijinhos da bolachinha feliz

Elipse disse...

também gosto destes pedacitos de memórias com cheiros e sons.

Maria Arvore disse...

Fazes histórias com gente dentro. :)
Se não te importas sento-me já aqui enquanto acabas o próximo capítulo. ;)

Erecteu disse...

Rui, Hapy Bolachinha, Elipse, doce Mãeria-Baum.

Serão memórias é ficção? São FICÇÓRIAS: uma amálgama de observações onde não é possível distinguir o vivido, o ouvido e o fantasiado. Nem sei bem se conseguirei metê-los dentro de casa. É verdade que dou por mim a fazer perguntas sobre Maria Mota e porque é que ela tem o Nereu a enrodilhar-se-lhe nas pernas.
Se não estivesse ainda um pouco amuado com o Tomates talvez ele me pudesse ajudar.
Agradeço-vos o estímulo mas não me peçam para dar um passo grande porque arranjo uma rotura na virilha – e o Erecteu a mancar ainda tem menos graça.
Um beijão pra todos –pro Rui também (aguenta-te).

Carla disse...

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...... Passei por aqui
......... E desejo
......... Uma boa Semana
BEIJOS

mfc disse...

A memória? São pedaços de nós revividos!