sexta-feira, 10 de novembro de 2006

Cântico de amor negro

"O XZ FOICE "
De Bolinha a Chico Zé Gordo, connosco cresceu. Foi o primeiro a ganhar o direito a ter o nome por inteiro:

FRANCISCO JOSÉ MARTINS DO VALE

O Primeiro:
inconformado
pervertedor
apaixonado
desbocado
chatarrão
ignorado
teimoso
carente
guloso
culto e
amigo
Sofreu e resistiu a dois atentados, caiu na última emboscada montada pela gadanha. Juntou no último acto amigos que nem as violas levaram. Viverá em histórias aldrabadas, por contar. Entregámo-lo ás valquírias que o levaram para onde, com ele, não mais haverá sossego.
Se estou chateado? Não!
Morreu como quis, com ele encavado.

4 comentários:

Maria Arvore disse...

Nunca sei o que se diz nestas ocasiões, mas quando eu morrer sei que gostaria que me escrevessem um epitáfio assim.

Erecteu disse...

Marie-baum
Quando tu morreres morreremos todos um bocadinho.
Se eu não for primeiro, de ti e contigo falarei sempre que me lembrar, é a forma de estares mais tempo "entre mim".
Respeitarei o teu pedido mas se me permitires acrescentarei:

Maria disse...

Já fui a muitos funerais, assisti à morte de uma prima, perdi amigos em vida... A sensação é sempre a mesma. Não nos habituamos à morte. Nunca digo uma palavra, nunca choro. A dor deixa-me sempre dormente e vazia. Só te digo isto, o que fizeste aqui é a melhor coisa que podias ter feito pelo teu amigo. Recorda-o vivo. E ele não morrerá nunca.

um abraço apertado da tua Maria

Erecteu disse...

Obrigado bolachinha,
O Xico ficará cá connosco. Se puder inventarei algumas histórias verdadeiras. Afinal ele já cá estava um pouco aqui outro ali, como outros amigos afinal.
Por ele não paramos. Celebraremos a vida com alegria sem nos rendermos a nada.
Um beijinho.
Ah, Compõe-te que o espreita vai atacar.