quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Marmelar

Mas quem é que nã gosta de marmelar? Só quem não provou, claro! Marmelar é bom, e quem vo-lo diz sabe, imodestamente, do que fala.


Marmelar é já ali, para uns no cu de judas, é verdade, mas isso é relativo porque o cu sempre há-de ficar perto de alguma coisa, mais palmo, menos palmo. Cá para este vosso humilde, humilíssimo, humildessissimo até serviçal, Marmelar, dizia, fica a partir d’ontem a um palmito do meu coração e tenham em consideração que não sou homem de mãos largas nem de vistas grossas, juro-vos. A falar verdade, cousa que muito prezo, ainda que muito me custe e de que maneira, entrei por um lado, dei a volta à igreja e saí por outro, ah! Fiz uma paragenzita, pelo meio, na da Tereza Joaquina e já agora, precavendo, da do Paulo e do João, gente quentinha, como pão saído do forno, não desfazendo em V. Exas.
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Mas porqu’é qu’um cristão, não praticante, se mete ao caminho para destino desconhecido? Olhem, asseguro-vos que nã tenho vocação de Marco Pólo e se nã fora o Gerinho desinquietar-me não tinha passado pela Vidiguêra –Alô Vidigueira- para ver uma exposição da, ou do, Homocenter, que... nã comento, que, dizia, não tinha enfim, Marmelado, entenda-se: devassado uma casa tranquilamente vivida e trabalhada, não teria matado a fome a saudade esquecida, não teria comido melão disputado naco a naco, queijos de amolecer na boca, nao me teria inebriegado com bom vinho e amizade, não teria risos... e, por isso, marmelar é bom. Visitar o Alqueva, também; lavam-se os olhos na paisagem desenrolada por estradas que serpenteiam colinas, branqueia-se a alma.
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Depois, a noite cai e volta-se sem revoltas, com promessas muitas de até 30.
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