quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Estou encantado

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Vocês sabem lá, contado ninguém acredita, só vos conto a vocês porque sabem que sou pessoa séria, puro, purinho.


Atão não é que ontem acordei encantado?

Sorte, dirão vocês, mas não, já viram o qu’é uma pessoa deitar-se como sempre e acordar transformado em príncipe? É verdade que daria jeito a muita gente mas vejam lá a pouca sorte que havia logo de ter, ao invés dos das histórias, esbelto e formoso, não é que sou um canastrão? Bom, não me imaginem logo um Schreck, sou até mais bem apresentável que o do Mónaco: tenho mais cabelo, sou mais desenrascado e não, passe a publicidade, ressono tanto e dou pulos na cama, isso posso garantir-vos que a minha senhora me disse que lhe tinha dado uma noitinha santa. Vá lá... príncipe e com massa a vida não me há-de correr mal, julgam vocês né?

Vá lá uma porra, nã lhe contem, mas estou enrascado, atão não é que tinha uma escapadinha apalavrada com a Dra. Noémia, jurista acessora do vereador da Cultura da Cambra? E agora com’é que vai ser, com’é ca convenço que eu sou eu? Azar do camandro tudo já tão acertadinho! Íbis de Portimão reservado e pré pago, carro alugado e fornecido de viagra, não fosse o diabo tecê-las, porque já dizia o padre Cron “água benta e caldos de galinha nunca fizeram mal a ninguém. Com’é agora chego ali às bombas da Galp, como combinado, e digo entra, bute pá bagnole e ela sem mais entra, é? Entra o caraças, ainda pensa mas’é que sou algum detective privado que o manso do marido, administrador da TELÉLE - EP lhe lançou às canelas.

Telefona-lhe primeiro disse-me o mê gand’amigo Abílio das finanças, cusca de primeira mas que eu tenho curto pela arreata pois se ele deu comigo mais a doutora na Mata do Guizo, por sorte minha trazia agachada no carro a sonsinha da Libélula, professora e diácona catequista em rgime pós-laboral.

O Abílio ou é parvo ou estava a ver se eu fazia a espargata; quem não sabe que os telemóveis só não apanham gente graúda e ainda assim porque os investigadores e outros curadores gerais podem menos que a rainha d’Inglaterra? Fiz-me de mula e deixei passar a conversa da treta, - o Feio esteja lá em paz onde quer que esteja, embora que, com ele lá, aquilo deva estar em polvorosa, pior que a 25 de Abril em final de mês de férias; se do céu se tratar, que os deuses protejam Deus que o imagino dobrado de riso, com dores maiores que as de pedra em rim.

Não há volta a dar, de qualquer forma, se a figura se me avantajou, em proporção inversa os tomates minguaram de tal forma que fariam os tomatinhos-cereja da minha amiga Jaquina, rebolarem de gozo se vissem o estado da minha pobre horta: mato não lhe falta mas os legumes coitados... fossem peixe e não passavam, de certeza, na lota tal é o seu tamanhinho.

Colhei a lição: tou bem encantado mas não m’alegro.

-Erecteu acorda, tens qu’ir ao pão e vai de me pespegar um safanão, a minha senhora. Despertei de supetão, nem resmunguei, agarrei-me aos tomates e agradeci aos deuses e rogando-lhes que o meu sonho de criança nunca se venha a cumprir.

d'aqui


The moment I wake up
Before I put on my makeup
I say a little prayer for you
While combing my hair now
And wondering what dress to wear now
I say a little prayer for you

Forever and ever
You´ll stay in my heart
And I will love you
Forever and ever
We never will part
Oh how I´ll love you
Together, forever
That´s how it will be
To live without you
Would only mean heartbreak for me

I run for the bus dear
While riding it I think of us dear
I say a little prayer for you
At work I just take time
And all through my coffe break time
I say a little prayer for you

Forever and ever...

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