terça-feira, 17 de outubro de 2006

A dúvida

Está chegado o primeiro dia da anunciada greve de professores.

Uma coisa está garantida: os que aderirem contribuirão para o enriquecimento do estado com dois dias do seu vencimento ou salário.

Há quem os veja:

  • como uns malandros que pouco trabalham e muito ganham;
  • como uns pedantes empertigados.

Outros vêem nos como :

  • elementos importantes do tecido social;
  • uns desgraçados que não têm onde cair.

A grande maioria é servidora do estado com obrigação de prestar um serviço público com a devida honradez.
Um professor com 20 (vinte anos) de carreira que ganhe 1500 € líquidos e sem a perspectiva de progredir como se sentirá motivado?

Se esse professor estiver:
deslocado, afastado da família, sujeito a viver em quartos devassados pelos proprietários, sujeito a desconsiderações e agressões, olhado pela administração como um pária;
tem as condições para desempenhar o papel que se lhe pede?


O défice estrutural desta ditosa pátria pode ser que seja proporcional à sua generosidade e exigência.

1 comentário:

vinte e dois disse...

Eu sou prof, mas felizmente estou efectivo a 10 kms de casa. Mas já estive algum tempo fora e posso dizer que não é fácil. Naquela altura, o meu filho só tinha um ano e só o via aos fins de semana e custava-me imenso passar tantos dias sem o ver.
Quanto a trabalhadores incompetentes, existem em todas as profissões. Até na política, onde aliás acho que são praticamente todos. E aqueles que são bons, na maioria dos casos não têm condições muitas vezes para mostrarem o que valem. Infelizmente é assim!