Chovia a cântaros, tantos quanto a pressa que me movia, um pouco menos que a imprudencia que me caracteriza. Depois de ultrapassar uns quantos panhonhas, ao entrar no trevo que dá acesso à Ponte Vasco da Gama, vi o cu do Toyota, ai uhê, fugir-me a bom fugir e barreiras de betão agigantarem-se diante dos meus olhos!
Anos de parvoíce ensinaram-me que nessas alturas é preferível manter os pés quietinhos, dar protagonismo ás mãos e, se possível, manter os olhos abertos até ao fim. Lá passaram os que atrás de mim vinham e lá fui eu atrás deles, atestadinho de adrenalina mas envolto numa espessa calma.
Na portagem, umas centenas de metros depois, não olhei para o lado mas imagino que estava a ser objecto de vários olhares, reprováveis talvez. Paguei com ar de sonso, arranquei de rabinho entre as pernas e então ocorreu-me o pensamento: Se Deus existe, é mesmo grande.
Até quando?
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Tal como eu, Nino passou a vida a acelerar, mas... há quem diga que foi acidente de trabalho.
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10. Caro Nino - Inti Illimani
1 comentário:
Ou usando uma expressão popular, quem anda à chuva molha-se. Embora tu tenhas a sorte de que ao menino e ao borracho põe Deus a mão por baixo... e sem segundas intenções. ;)
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