Dá a surpresa de ser.
É alta, de um louro escuro.
Faz bem só pensar em ver
Seu corpo meio maduro.
Seus seios altos parecem
(Se ela estivesse deitada)
Dois montinhos que amanhecem
Sem ter que haver madrugada.
E a mão do seu braço branco
Assenta em palmo espalhado
Sobre a saliência do flanco
Do seu relevo tapado.
Apetece como um barco.
Tem qualquer coisa de gomo.
Meu Deus, quando é que eu embarco?
Ó fome, quando é que eu como?
É alta, de um louro escuro.
Faz bem só pensar em ver
Seu corpo meio maduro.
Seus seios altos parecem
(Se ela estivesse deitada)
Dois montinhos que amanhecem
Sem ter que haver madrugada.
E a mão do seu braço branco
Assenta em palmo espalhado
Sobre a saliência do flanco
Do seu relevo tapado.
Apetece como um barco.
Tem qualquer coisa de gomo.
Meu Deus, quando é que eu embarco?
Ó fome, quando é que eu como?
Fernando Pessoa
4 comentários:
Se o prato fosse farinha-de-pau, não eras tão guloso :-)))
Agora que me fazes pensar nisto, devia haver um banco alimentar para estas ocasiões. ;))
( em que livro/onde achaste esta preciosidade que eu desconhecia?)
Robina,
Pois não, papas só esparregado de grelos ;)
Maria,
Qual livro qual quê, isso dá muita trabalho e nã têem bonecos siqueri.
Seguem links.
Bjs
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