quarta-feira, 6 de junho de 2007

Não enteniquem, por favor,

Os senhores deixem trabalhar quem sabe, parem com os bitaites e as senhoras, que parem, continuem a parir. Onde? No local mais próximo do rebentar das águas claro.
Nada de chiadeiras que a rede está lançada. Nada de palpites porque as que ainda não pariram não percebem da poda e as que pariram no sistema antigo, até experimentarem o novo, também não têm voto na matéria. Confiem e descansem, tá? Senão vejam, ou melhor, leiam:

Especialista em economia da saúde, cuidados de saúde a idosos, política de saúde e equidade, segurança social e administração pública, sendo, nestas áreas único autor de 5 livros e editor de outros três e autor de cerca de cem artigos científicos em revistas nacionais e estrangeiras.

in portal do governo
Perceberam agora, dá pa estarem quedas? Não! O sr. Ministro não tem experiência no parir? Porra isso é um argumento mal parido, desculpem lá. Agora António Fernando Correia de Campos tinha que dar à luz primeiro para vos satisfazer as necessidades depois, era? Mas isso é impossível ! ! !

Forjado na escola da vida - sim porque do currículo não consta a “Independente” - , e incondicional do velho estoicismo, sentenciou:

- Diz quem sabe que comparável ao parto só uma cólica renal.

Eu cá nã sei mas se parto sem epidural é como uma cólica renal, tá bem, tá!!! Ainda bem que a minha múltipla afirmação paternal não teve o encargo de parir pois só o primeiro é que me enganava, e por ali ficava, pois as duas cólicas que já tive, mais um ameaço de terceira, deram em serenatas cantadas de improviso que ofuscam as de qualquer Madalena arrependida das noites longas da Alfredo da Costa.

Mas propôs ele, valente: - Para Odemira ou pá Sonega e em força, já. Simples Tó serei e assim o sistema testarei.
Se bem o disse melhor o fez.
Lá pelas duas da matina, induziram ao caudilho da saúde, dentro da Ford Transit do padeiro, Presidente da Junta e militante de base, uma cólica renal das boas e depois… pôs-se o sistema a funcionar, apelando para os recursos locais.
Como o Centro de Saúde tinha sido fechado, por Sua Excelencia, o ministro… Bombeiros.
Os Bombeiros não puderam dar resposta pois, bramava o Comandante, ex-sargento de engenharia com duas comissões, uma em Angola e outra na Graça:
-Isto assim é uma merda, agora é que a bateria da ambulância é que havia de dar o berro!!! -Oh Pereira (o maqueiro) e tu e tu, toca a empurrar; e sem cerimónias atirou-se logo ele ao guarda-lama traseiro da Peugeot 504. Foi um gosto ver a Bina Maria, nome que herdara da madrinha que a baptizou, percorridos trinta metros, pegar numa apoteose de fumo negro.
–Acelera, nã pares, vai dar a volta pelo mercado; puxa dum SG Ventil aguardando o retorno da viatura. Já o comandante fumava o filtro quando vê o condutor a penantes.
–Deixaste-a ir abaixo, foi? Meu merdas !
–Nã mê comandanti, faltou o ga ga…gasóli, disse atrapalhado.
–Foda-se, disse o comandante fodido.

Bom o Tó recebeu a notícia já sem saber se lhe doía o colhão esquerdo ou o olho do cu, mas fez um sorriso, que ao Presidente da Junta, pareceu um esgar.
-Chama o INEM, para o Sr. Ministro, disse ao escriturário em vias de ser admitido no partido.
–Ministro?
–Sim Ministro, calé ádmiração? Nã vês cu home se chama António Ministro?
O escriturário só fez: aaah!

Uma hora de ais e uis, depois de chamado o INEM, lá lhe arranjaram um Buscopan que enfiado pelas nalgas acima, deixou o Tó animado no propósito a que se cometera, se bem que a cólica persistisse. Passadas mais uma hora, andava o Tó à reboleta de um lado para o outro, quando chega a equipa INEM. Enfiam com o soro no braço e o Tó na maca e aí vão eles, ninóni até Beja, de pirilampo a dar a dar por essas curvas e buracos, com o tempo andando mais devagar que os quilómetros, maqueiro, condutor e médico tagarelando lá à frente, o Tó rebolando-se cá atrás sem achar piada nenhuma à anedota que contavam de um tal engenheiro do canudo.
O esforço foi demais, o homem foi-se nos sentidos e já delirava; já se via gravemente grávido com a dor de rins. Recobrou ao entrar no Hospital quando lhe perguntarem a identidade:
-Como se chama?
-Tó,Tó…
- Tótó, quê?
Mas mais não disse, apagou-se de novo. Só acordou no dia seguinte com uma simpática enfermêra à cabecêra:
-Quer vêri o que dêtou fora?
-Sim, disse com voz doce, foi menino ou menina?

7 comentários:

DF disse...

Bom, só tu é que me punhas a rir assim a esta hora, depois da trabalhêra que estive a fazer até agora.... eheheh...brilhante!:)

Fausta Paixão disse...

ah grande e erecto me saíste no palavrear brincalhão que tão seriamente manobras, para nosso deleite. (quer dizer, falo do meu deleite, os outros umbigos que se desengomem!)
beijos muito faustosos.

Maria Arvore disse...

:))

Ó homem, tu vai-me por esse Alentejo fora e pela região Centro que com o fecho de sap's e maternidades que por aí vai, certamente farás logo mais histórias destas para eu me rir à fartazana. É que rir dá dias de vida e com o previsíveis aumentos na saúde que se avizinham tenho de fazer de ti meu médico. :)

Maria disse...

Vim apenas deixar-te um beijo antes de ir para a cama ^-^

Anónimo disse...

erecteu

o Outono está se aproximando do fim...venha curtir comigo os seus últimos dias.

beijos

fuser

Nanny disse...

Ai rapaz! O que eu já me ri!

Tava mêmo imaginando a enfermêra com um calhauzito (sem olhos) embrulhado num lençóli... hehehehe

Beijinhos da gata

Rafeiro Perfumado disse...

Eu dor de parto nã sê, mas uma vez fechê a braguilha mais rapidamente, caté fiquei com um tomate dentro e outro fora, e aquilo doeu que nã queiras saber!