sexta-feira, 15 de junho de 2007

Já não phalo dum Zippo

imagem de Robert Gligorov


Gostava de ser um Ronson.



















Um Dupont, não.











É uma mania como outra qualquer. Porquê Ronson? Porque soa a Bronson e Dupont a Dupond/TIN-TIN e tantã não me favorece o perfil.
Põe-se aqui o ser e o querer ser.
É-se o que s’é e temos que aprender a viver com isso, conformar-me, pôr-me dentro da “fôrma”, na “fórma” alinhadinho por mim mesmo.

Gostaria de ser homem de amores mas sou de paixões. Sinceramente não sei bem qual é a diferença. Dava-me jeito que fossem a mesma coisa mas algo me diz que o amor é permanente e a paixão…
A paixão será uma forma de amar só que… (?)
Será que o amor é como os isqueiros que se vão alimentando de gás e renovando a pedra por maneira a ter sempre a chama à mão, e a paixão é como o fósforo – combustão rápida, perecível? Um e outro são sensíveis a ventos e devem ser deles protegidos. Confortava-me a ideia que apaixonado é o ser com a capacidade de amar muito, muitas vezes.

Pois é gostava de ser um Ronson mas qual quê! nem um Dupond ou até um Zippo, sou. Contentar-me-ei com o ser uma caixa de fósforos. A porra é que mais de metade deles já lá vão e a lixa está pó lixadito.

continha quarenta amorfos





Deixa-me rir

Jorge Palma

Tu nunca lambeste uma lágrima
Desconheces os cambiantes do seu sabor
Nunca seguiste a sua pista
Do regaço à nascente
Não me venhas falar de amor
Pois é , pois é
Há quem viva escondido a vida inteira
Domingo sabe de cor
O que vai dizer Segunda-Feira

Deixa-me rir
Tu nunca auscultaste esse engenho
De que que falas com tanto apreço
Esse curioso alambique
Onde são destilados
Noite e dia o choro e o riso
Deixa-me rir
Ou então deixa-me entrar em ti
Ser o teu mestre só por um instante
Iluminar o teu refúgio
Aquecer-te essas mãos
Rasgar-te a máscara sufocante

Pois é, pois é
Há quem viva escondido a vida inteira
Domingo sabe de cor
O que vai dizer Segunda-Feira

7 comentários:

Maria Arvore disse...

Como os livros de que gostamos mais vale ser uma caixa de fósforos: usada mas cheia de chama. Mas se desejas ser uma Ronson, vai que o importante é que nunca falte a chama da paixão... por uma hora, por um minuto, por um instante maior que a vida toda. :)

Ema disse...

LINDO,

A paixão é aquilo que sentes ao acordar e te sentes grato por continuares. Ou quando olhas à tua volta e ainda consegues acreditar que existem pessoas por quem vale a pena viver.

O amor é aquilo que sentes, quando alguém importante para ti parte para sempre e continuas sentes a sua ausência em quase tudo o que fazes.


Beijinhos

Anónimo disse...

A agenda, a obra, o universo artístico, o novo álbum de Jorge Palma em www.bloguepalmaniaco.blogspot.com
newsletter/informações: contactar ladoerradodanoite@hotmail.com

Filipe disse...

Surpreendeste-me com o deixa-me rir.
O Palma tem mesmo umas coisas muito giras. É uma referência inequívoca no meu mundo da música.
Conheço-o desde menino e vi-o em dois concertos. No segundo ele NÃO estava bêbado e foi bem melhor que o primeiro em que se esquecia das letras.
Aqui vão dois abraços. Um para ti e outro para ele.

Nanny disse...

Com o tempo também já fui aprendendo... sabes que isto de se ser felina, tem alguns contras... mas também já reparei que há caixinhas com os fósforos (ou os amorfos, como preferires) mais compridos... sempre dura mais um pouco, cada chama...

Beijocas amórficas da gata

ps. se puderes passa lá no canto que já acabaram as férias

Erecteu disse...

A TODOS: AS MINHAS DESCULPAS PELO ATRAZO

marie_baum,
:) Claro. Até ao último amorfo, até queimar os dedos ;)
Bjs

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maçâ de junho,
Obrigado pela visita.
Vou aguardar o novo trabalho de Jorge.
Não é o "único" mas está na prateleira dos meus únicos.
Bons sons e um abraço.

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EMA,
O amor é um estado de alma, não é?
O teu blog não tem palavras?

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Filipe,
Cada palavra dele é para se pôr debaixo da lingua e deixar derreter
O Jorge P. lá sabe. Não sou muito de concertos, serei mais do sem conserto.

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Nanny,
Por muito compridos que sejam, acabam por no fim queimar os dedos, mas não faz mal acende-se outro :)

Teresa disse...

Tem graça, o meu Dupont é igualzinho ao da fotografia.

E tenho de lhe pôr gás. E substituir a pedra.

Também tenho um Zippo para levar para a praia que está sem gasolina.

Quererá isto dizer alguma coisa?

Beijo.