quarta-feira, 1 de outubro de 2008

JOÃO (ANTÓNIO) SILVA

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"Nasceu a 7 de Abril de 1916,em Lisboa, nos confins dopopular bairro lisboeta de Alfama.
Começou a trabalhar aos 12 anos, como escriturário. Aos 17 anos troca o escritório pelos estúdios de cinema da Tobis. A sua ligação à sétima arte manteve-se até aos 49 anos, com duas interrupções forçadas. A primeira deu-se logo em 1934, ano da sua admissão na Tóbis, tendo como causa directa a sua participação na Revolta do 18 de Janeiro. O arrojo custou-lhe dois anos de degredo nos Açores. A segunda, por um período mais curto, veio na sequência do funeral de Bento de Jesus Caraça. João Silva estava a filmar a manifestação de democratas que a cerimónia do funeral constituiu, quando a polícia lhe arrancou o filme da máquina e enviou o seu autor, uma vez mais, para a prisão.

No cinema, João Silva foi sucessivamente claquette-boy, assistente de operador e operador, tendo chegado a ser assistente do realizador italiano Ettore Scola, no filme Perdido em África, rodado no deserto de Moçâmedes. Entre outros, trabalhou com os seguintes realizadores: Cottinelli Telmo, Chianca de Garcia, Jorge Brum do Canto, Arthur Duarte, António Lopes Ribeiro, Francisco Ribeiro, Alexandre Onuchi, Leitão de Barros, Perdigão Queiroga e Henrique Campos. O seu nome figura na ficha técnica de filmes como Canção de Lisboa, Bocage, Aldeia da Roupa Branca, João Ratão, Pai Tirano, O Leão da Estrela, Pátio das Cantigas, Fátima–Terra de Fé, Um Homem às Direitas, Ladrão Precisa-se, A Morgadinha dos Canaviais, Camões, Fado, Vendaval Maravilhoso, Filho do Homem do Ribatejo, Kill or be killed (fita americana), Cantiga da Rua e do já referido Perdido em África, de Ettore Scola, e do filme francês Singrid.

Cineclubista activo, João Silva pertenceu ao Círculo de Cinema, que acabou por ser encerrado pela Pide, e os seus membros mais destacados mandados para Caxias.

Em Janeiro de 1950, João Silva demanda terras de Angola, onde se dedica ao documentário, designadamente ao serviço da Telecine-Angola, e garante, durante vários anos, o Jornal de Actualidades.

Depois da independência de Angola, é convidado pela Televisão da República Popular de Angola para chefiar os serviços de cinema. Aceita o convite, mas cedo abdica da função de chefia, preferindo voltar para trás das câmaras.
Regressa a Portugal em Agosto de 1979, sendo desde esse ano repórter fotográfico no departamento de informação CGTP-IN."

Posto isto que é muito meritório, falemos dos defeitos: Imaterialista incorrigível, solidário incondicional, narrador insuperável, modesto que até chateia, blogueiro invejável, não abre a boca para pedir e...porra:
Ainda diz que faço o favor de ser seu amigo!
Quem lhe desse com um valente abração em cima é que fazia bem


TRAZ OUTRO AMIGO TAMBÉM - Jose Afonso

7 comentários:

Maria Arvore disse...

Lembro-me desta cara com quem percebo que já me cruzei muitas vezes desconhecendo-lhe o nome. E depois de ler os defeitos que lhe atribuis deu-me uma desejo de lhe dar um abração apertado :) que peço que lho transmitas. Mais uma abração para ti porque amigos que assim falam já não se fabricam. :)

Erecteu disse...

Maria,
O livro está publicado, voltarei a ele e ao dono.
Bj XL

Toix disse...

Sei que lá estiveste, Marreco, que bem te vi no Expresso On-line, lá ao fundo a falar com a minha mana, e espero que com respeito... Fiquei contente e toma lá um abraço de saudades.

Fresquinha disse...

Andei às cavalitas deste senhor em Lourenço Marques, animador de festas lá em casa, às escuras, por causa da Pide ...

Maria Arvore disse...

Fico à espera Erecteu! :)
Um beijão :)

Erecteu disse...

Fresquinha,
Muito mais gente lhe saltou em cima e infelizmente por razões não tão boas como as tuas. Conheceste um bom homem.

Erecteu disse...

Maria,
O prometido é devido e publiquei joje um texto do Carvalho da Silva. Mais uns dois ou três se seguirão,
Bjs