O INSÓLITO ACONTECE
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Com as dificuldades inerentes à sua condição de amador O Teatro do Rio, produziu durante dez anos uma invejável quantidade de peças marcadas por um rigor estético e técnico* suportado por representações inexcedíveis desde os primeiros momentos (Adelino, Cláudia, Ana); e por revelações que certamente o futuro se encarregará de reconhecer (cito de repente: Bruno, João, Jerónimo, Luís, Nádia…).
O insólito:
Advém do facto de este grupo ter a sua existência dificultada pela ameaça de ver os apoios municipais retirados.
Retirados porque só serão atribuídos mediante CENSURA PRÉVIA do presidente da autarquia, sob o pretexto de que aquilo que o grupo tem feito não é do seu pessoal agrado, e que os Alcacerenses não apreciam “Teatro de intelectuais”.
Por mim:
Os argumentos do presidente valem o que valem. Valem muito pela sua “omni(PRE)potência” e valem pouco pelo carácter revelado.
Espero que o insulto dirigido a uma comunidade de fortes tradições culturais, produza o efeito contrário – que o Auditório se encha.
* muito engenho e improviso sem sofisticação ou pretenciosismo.
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