quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Lotação Esgotada

Isto chegou a um estado que... Mais Estado, Precisa-se

Precisamos de um estado regulador que ponha os cabelos em pé ao menos ferrenho liberal. Um estado que propicie aos cidadãos os serviços essenciais nas áreas da saúde, da educação e dos transporte, por exemplo, e que cobre devidamente os serviços prestados, através dos impostos, criteriosamente aplicados, se necessário reforçados com taxas, de acordo com o princípio do utilizador - pagador, por forma a garantir a viabilidade económica das empresas estatais.

O estado tem de ser exigente com os seus funcionários no que concerne a zelo e competência, começando pelos dirigentes que a todo o momento devem responder por cada clip gasto nos seus serviços ou por qualquer lampeda deixada desnecessariamente acesa.

Há lugar, sim senhor, para a iniciativa privada. Mas não há lugar, na sociedade para especuladores. Uma garrafa de água comprada numa grande superfície, a 11 cts e vendida a 1,5 €, (1363%) é justo se esta couber num cabaz de artigos que determine o imposto a pagar por esse comerciante, porque ao estado compete regular.

O estado não regulou devidamente o ensino privado Superior deixando funcionar, sem reconhecimento oficial, estabelecimentos que venderam promessa de licenciaturas utilizando os alunos como meio de pressão para a sua posterior legalização; parte deles engrossam a geração “à rasca”.

É responsável pela proliferação de ESES e Licenciaturas a tal ponto especializadas que não têm empresas que absorvam os licenciados de um só curso.

Imagine-se um licenciado em enologia pela Universidade de Trás-os-montes e Alto Douro (UTAD). Quanto lhe ficou o curso, quais são as probabilidades de retorno do investimento feito... esqueçamos os trinta colegas, futuros competidores, foquemos as empresas que já estão a laborar e, avaliemos as probabilidades de um emprego compatível com a sua formação...

Ao Estado compete regular e planificar. Suprir as faltas de profissionais e tout court providenciar que os cidadãos que obtenham uma certificação (com qualidade), tenham colocação no mercado de trabalho. Como? Simplesmente invertendo a lógica dos objectivos no ensino, privilegiando a qualidade à quantidade, reformulando os simulacros de cursos profissionais.

Os responsáveis pela educação andam numa azafama a avaliar o ensino sem se preocuparem em reflectir no serviço que prestam e se ele presta para alguma coisa. O absurdo vai ao ponto de se alimentarem egos com as “Novas Oportunidades” certificando competências ao nível do 12º ano de escolaridade, a granel, em alguns casos, de iliteracia comprovada.Viva a engenharia estatistico-socrática!

Só abdicando de promessas de futuros dourados às famílias que se desunham a comprar capas e batinas e anseiam pela queima das fitas dos seus pimpolhos, só desincentivando o natural desejo de se ser progenitor de um doutor, se evitarão os fogos que Deolindas, facilmente ateiam numa geração de jovens frustrados.

A troco de formações para social ver, dê-se aos jovens competências ao nível do domínio da língua portuguesa escrita e falada, do calculo e do domínio de, pelo menos, uma língua estrangeira, acrescente-se noções cívicas de disciplina e honra; marquem-lhes as reuniões para um minuto antes das horas certas... não lhes fará nada mal.

Com o Algarve a abarrotar, em rotura de água no pino do verão, dizia há, vinte anos um amigo, com humor genético, de que não tem culpa, free lancer de vocação: é absurdo não se aplicar o princípio de “LOTAÇÃO ESGOTADA” nas mais elementares situações, vaticinando que os preços especulativos inversamente proporcionais à qualidade de serviços prestados, mais tarde seriam saldados da pior forma.

E não é que o madraço tinha mesmo razão! Vejam lá ao que chegou o “ALLGARVE” nacional!!!

2 comentários:

Tiago Pinto disse...

Há uns dias atrás, ao almoço, alguém me dizia que por este andar... a juventude qualquer dia ainda sai a rua e faz uma "revolução".
Eu,continuo a achar que não. A rapaziada é serena e ordeira.
De qualquer modo, ainda bem que os "Homens da Luta" ganharam o festival da canção.
É a luta que podemos ter...

Erecteu disse...

É a luta que achas que podemos ter, desculpa a correcção.
Eu, aqui para quem ninguém nos lê, faço uma luta com menta, procurando bater forte, em primeiro lugar em mim próprio, depois no que estiver à mão...