cada ponto de chegada é um ponto de partida
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Como descrever aquele amontoado de casas predominantemente térreas confinadas por estrada e rua; abertas para pátios separados por muros que umas vezes eram outras não; que gente viveria ali e desde quando? uma família que crescera ao longo de gerações ocupando o terreiro, talhando-o em quintalitos ou pátios como mais lhe gostavam de chamar? O tempo, a seu tempo o revelará com certeza, ou melhor, talvez. Junto à rua contorcionada, varria um vulto negro, pá de zinco numa, vassourita descabada na outra mão. Rangendo foi-se levantando e rodando ao pressentir proximidade estranha. Quase erecta, inquiriu muda. –sou, depositando o carrego, a Maria Mota, como se a outra não o tivesse já adivinhado, de mão no rim, este é o Nereu –olha!, foi a resposta; -venham disse quando transpunha o muro por porta de tábuas rompido. É ali, disse.
Primeiro foram as duas viagens, para carregar até à porta semicerrada, ao canto, aquilo que afinal junto viera; depois, ao pôr a mão na aldraba de ferro, volteou a cabeça à procura… lá estava ele, ainda encostado à ombreira; só a cabeça franqueara o pátio, olhar perscrutando a pormenor, biqueira espetada cavando a terra, língua espetando, ora uma ora outra, as bochechas.
Primeiro foram as duas viagens, para carregar até à porta semicerrada, ao canto, aquilo que afinal junto viera; depois, ao pôr a mão na aldraba de ferro, volteou a cabeça à procura… lá estava ele, ainda encostado à ombreira; só a cabeça franqueara o pátio, olhar perscrutando a pormenor, biqueira espetada cavando a terra, língua espetando, ora uma ora outra, as bochechas.
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7 comentários:
Olá ...Erecteu
Continua uma narração de vultos memórias e pormenores, e o Nereu sempre presente.
A imaginação está presente.
Um abraço
Novo rumo narrativo? Memórias reais ficcionadas? Gosto muito. Gosto sempre.
beijinhos da bolachinha feliz
também gosto destes pedacitos de memórias com cheiros e sons.
Fazes histórias com gente dentro. :)
Se não te importas sento-me já aqui enquanto acabas o próximo capítulo. ;)
Rui, Hapy Bolachinha, Elipse, doce Mãeria-Baum.
Serão memórias é ficção? São FICÇÓRIAS: uma amálgama de observações onde não é possível distinguir o vivido, o ouvido e o fantasiado. Nem sei bem se conseguirei metê-los dentro de casa. É verdade que dou por mim a fazer perguntas sobre Maria Mota e porque é que ela tem o Nereu a enrodilhar-se-lhe nas pernas.
Se não estivesse ainda um pouco amuado com o Tomates talvez ele me pudesse ajudar.
Agradeço-vos o estímulo mas não me peçam para dar um passo grande porque arranjo uma rotura na virilha – e o Erecteu a mancar ainda tem menos graça.
Um beijão pra todos –pro Rui também (aguenta-te).
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...... Passei por aqui
......... E desejo
......... Uma boa Semana
BEIJOS
A memória? São pedaços de nós revividos!
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