Sentados num desnível entre a parada e a caserna, naquele fim de tarde conversava um pequeno grupo. O que diriam naquela primeira semana de recruta? Conversas soltas seriam. – Oh nossos recrutas, bastou para pôr tudo em sentido, braços e dedos esticados, uns a ensaiarem uma continência outro à procura do quico, todos a tentar aplicar o que já deveriam saber. – Mas que vem a ser isto? – torniturava nada mais nada menos que o comandante da unidade. – a desrespeitar a farda sentados no chão? Tudo calado ouvindo a reprimenda, ouve-se – Oh senhor… - SENHOR!!! trovoou o Coronel – Oh nosso Capitão tire-me já o número desses gajos, quero-os todos à máquina zero e o fim-de-semana é por conta da casa; começaram a declinar o “nome e apelido” que agora tinham:x/70, 1ª companhia, y/70, 1ª companhia, e por aí fora até ao convincente 122/70, 1ª companhia. Recebida a piçada, perdido de vista o “estado maior”: – Oh pá enganaste-te não és o 122! – e eles sabem qual é o meu número, caralho?
Sábado meio-dia via-se, pela última vez de cabelo intacto, riso contido, piscar de olho e acenar de mão disfarçados, marchar direito à porta de armas o Chico Zé Gordo.
2 comentários:
:))
O sistema militar não estava preparado para recrutas que pensam. ;))
(é uma história cheia de ritmo :)
Obrigado, maria. Não passas sem fazer uma festinha. és um amor.
Um beijão
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