O grito do Zé Galo caiu como caía o sol.
-À Baliza, à baliza? O coro desafinado do “USA” –União Sport dos Açougues- não se conformava com a vista da bola voando em arco para violar, nas suas visões o véu da noiva dos da parvoíce, desvanecer-se com a exigência do Biegas.
Agitavam-se à sua volta como formigas com o carreiro desfeito. Imploraram, ofertaram a escolha do número da camisola, o Rochinha garantia liberdade de movimentação em campo mas esbarraram com determinação tão grande ou maior que o craque em contratação.
-Já disse carago, só à baliza.
Estava feito, e desfeita a esp’rança; assim como a noite estava agora feita, estava desfeita a união dos Açougues.
Lá foram eles a caminho do bairro, bola debaixo do braço como viola no saco. Quem os visse passar estranharia com certeza a procissão. Onde estava a corrida em passes de bola, a berraria do PAss'á, os risos e os palavrões?
Depois do jantar encontramo-nos no largo disse o Rochinha compenetrado no seu papel de jogador treinador.
-Se a minha velha deixar, disse o Zé Galo.
-Quero lá saber, vai quem pode.
O primeiro a chegar foi o Garrincha que não tinha limitações, vantagem de quem não tem quem tenha para com ele grandes obrigações. Seguiu-se o Rochinha; os outros foram chegando aos pares. Pelo meio lá veio o Zé Galo fazendo contas ao troco que lhe caberia por não ter dito nada lá em casa.
-O gajo não joga, abriu o jogo logo meigo.
-Ó Rochinha…
-Foda-se não joga, atalhou e justificou: Equipa já temos, se ele não tivesse aparecido aí como era, não jogávamos na mesma?
-Mas ò Rochinha, é a desforra, e na Parvoíce.
-Mais’uma razão. É a nossa desforra, acabou.
Qual acabou! Mais uma vez o União Sport dos Açougues estava desunido.
Deixa lá o gajo ir à baliza, gemia Zé Galo, galardoado frangueiro merecedor do apelido, apoiado pela maioria dos indecisos.
-Amanhã, antes do almoço, todos aqui no largo para distribuição do equipamento.
Assim acabava a reunião; dispersaram uns a caminho de casa, Garrincha sem saber para onde deixou-se para ali ficar e ainda ouviu o Pica.
-O gajo tem a mania que é ele que manda.
Chegado a casa Rochinha foi logo apalpar as camisolas. Ainda estão húmidas não dava para marcar os números.
A preocupação dele instalou-se. O vermelho revelava-se pró castanho. Assaltava-o a dúvida do resultado daquela tingidela. Seguira à risca as recomendações que lhe dera a avó do Borrego.
Pusera a panela a ferver com uma beterraba. por cada camisola, mais três punhados de sal e um copo de vinagre; quando a água estava a ameaçar levantar fervura enfiara-lhe as camisolas mexendo com um pau durante, quase, uma hora, tirara-as depois para fora e passou-as de imediato por água fria e mais sal. Tudo a preceito por duas vezes que a panela de ferro não dava para mais.
-À Baliza, à baliza? O coro desafinado do “USA” –União Sport dos Açougues- não se conformava com a vista da bola voando em arco para violar, nas suas visões o véu da noiva dos da parvoíce, desvanecer-se com a exigência do Biegas.
Agitavam-se à sua volta como formigas com o carreiro desfeito. Imploraram, ofertaram a escolha do número da camisola, o Rochinha garantia liberdade de movimentação em campo mas esbarraram com determinação tão grande ou maior que o craque em contratação.
-Já disse carago, só à baliza.
Estava feito, e desfeita a esp’rança; assim como a noite estava agora feita, estava desfeita a união dos Açougues.
Lá foram eles a caminho do bairro, bola debaixo do braço como viola no saco. Quem os visse passar estranharia com certeza a procissão. Onde estava a corrida em passes de bola, a berraria do PAss'á, os risos e os palavrões?
Depois do jantar encontramo-nos no largo disse o Rochinha compenetrado no seu papel de jogador treinador.
-Se a minha velha deixar, disse o Zé Galo.
-Quero lá saber, vai quem pode.
O primeiro a chegar foi o Garrincha que não tinha limitações, vantagem de quem não tem quem tenha para com ele grandes obrigações. Seguiu-se o Rochinha; os outros foram chegando aos pares. Pelo meio lá veio o Zé Galo fazendo contas ao troco que lhe caberia por não ter dito nada lá em casa.
-O gajo não joga, abriu o jogo logo meigo.
-Ó Rochinha…
-Foda-se não joga, atalhou e justificou: Equipa já temos, se ele não tivesse aparecido aí como era, não jogávamos na mesma?
-Mas ò Rochinha, é a desforra, e na Parvoíce.
-Mais’uma razão. É a nossa desforra, acabou.
Qual acabou! Mais uma vez o União Sport dos Açougues estava desunido.
Deixa lá o gajo ir à baliza, gemia Zé Galo, galardoado frangueiro merecedor do apelido, apoiado pela maioria dos indecisos.
-Amanhã, antes do almoço, todos aqui no largo para distribuição do equipamento.
Assim acabava a reunião; dispersaram uns a caminho de casa, Garrincha sem saber para onde deixou-se para ali ficar e ainda ouviu o Pica.
-O gajo tem a mania que é ele que manda.
Chegado a casa Rochinha foi logo apalpar as camisolas. Ainda estão húmidas não dava para marcar os números.
A preocupação dele instalou-se. O vermelho revelava-se pró castanho. Assaltava-o a dúvida do resultado daquela tingidela. Seguira à risca as recomendações que lhe dera a avó do Borrego.
Pusera a panela a ferver com uma beterraba. por cada camisola, mais três punhados de sal e um copo de vinagre; quando a água estava a ameaçar levantar fervura enfiara-lhe as camisolas mexendo com um pau durante, quase, uma hora, tirara-as depois para fora e passou-as de imediato por água fria e mais sal. Tudo a preceito por duas vezes que a panela de ferro não dava para mais.
Uma despesa do caraças, cada uma a 1$50 regateados três por 4$00 lá conseguira que o Cuba passasse o lote das doze para 15$00, nem menos um tostão avisou o judeu. Onze escudos era tudo o que então tinha, nada que duas idas à pinha não tivessem resolvido.
Nessa manhã passara por lá a levantar a encomenda.
Negócio fechado, levantara as camisolas interiores, o Cuba deu-lhe um aperto de mão e ofereceu-lhe uma de manga comprida.
–É para o guarda redes, tem defeito na costura mas não se nota.
-Afinal o Cuba é porreiro
10 comentários:
Então o Cuba dá camisolas para os USA, esses açougueiros?... ;)
E passada esta piada, sempre te digo que esta tua escrita, mesmo sem pinga de sexo, me cola os olhos ao ecrã e com vontade de copiar a receita para tingir. :)
Quero ser sócio da União Sport dos Açougues! como faço, tenho que pagar jóia? As quotas são trimestais?
Abraço
Uma delícia!....
Maria,
Mae que esperavas do começo?
Deixa começar o jogo e veremos se não fodem que se fartam, pelos as canelas.
Beijinhos que já lá vou
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Ab,
O USA está aberto a sócios. A cota é 1$00 por més. Com 10 paus os tipos até te faziam presidente.
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A beterraba? Também acho.
(Com a acidez deste comentário lá me foge a pombinha pra não mais vpltar; e depois queixo-me que não tenho sorte com elas!)
Beijinhos
"Afenal" a pombinha é Gaivina ou Hipatia?
tenho de ir assistir ao jogo ;)
Um mimo, Erecteu. Mas jogar com camisas a cheirar a beterraba não será contra os regulamentos?
eheh
Eu gostei do Sporting Club da Barrosinha... mas estes gajitos dos açougues pode ser que tenham futuro...
Bela cor de camisolas têm eles, a minha favorita!
Beijo da gata
(e nada de dina.mite!)
Raf,
Nem pensar!
O regulamento diz que no final é que não pode cheirar a outra coisa que não seja suor.
Tens lugar grátis atrá da baliza e central a $50.
Estás à vontade, não há canifobias e tens protecção garantida contra o homem da carrossa.
abraço.
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Nanny,
O SCB é dos cotas.
Não te precipites. As camisolas ainda não secaram, aguardemos pelo resultado.
Uma turra e beijinhos
São *todos* porreiros, pá!
:P
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