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Deix’ó tocar.
Antecipo diariamente o gozo de me esticar no sofá, ou melhor, na manta que o cobre, ex-mostarda caminhando para o cobre pela mancha que dele se apodera, anunciando uma reforma que tenho relutância em conceder.
É uma longa luta entre mim e o Cágado, como ficou baptizada, no dia da adopção, a rastejante que a meus pés sumia a cabeça sob a ameaça de uma festa consentida. Ainda sem saber se era menina ou menino foi adoptada, ou fui eu?
É uma longa luta entre mim e o Cágado, como ficou baptizada, no dia da adopção, a rastejante que a meus pés sumia a cabeça sob a ameaça de uma festa consentida. Ainda sem saber se era menina ou menino foi adoptada, ou fui eu?
Não há dia que ela não me receba com o ar indolento-indiferente, para depois me virar as costas e se assolapar no meu sofá que teima nosso. Uma festa pelo, lombo revolvendo-lhe o pêlo, um cachaço seguido do arremesso de um biscoito para junto da lareira, abrem-me o paraíso. Ainda estou para saber se gosta mais do biscoito se do sofá; o que é certo é que um biscoito diário me dá a primazia de usufruto do bem.
Deix’ó tocar
Deix’ó tocar
Se me levanto o Cágado não perdoa e aquela do biscoito só funciona uma vez. Corro para o telefone, volto-me rapidamente; ela lá está como se dali nunca tivesse saído.
-Ligaste amor? Reconheço-lhe a voz, -Oi Teresa, interrompe-me:
-Telma, meu sacana.
Isto começa mal, digo cá para mim .
–Desculpa amor, é da PDI, tesouro. Encolho os ombros e instalo-me no que me sobra do sofá, preparando-me para a seca.
-Estive a ler o teu blog, aquela história é verdadeira? A da Odete, ou da Olga é comigo?
-Porra amor, podia lá ser!
-Não me convences. Ainda para mais com a engenheira. Pelos vistos já metes outra pelo meio com cenas de teatro.
-Mas amor, a ficção é mesmo assim, a gente inventa, não compreendes? Sabes que te amo, não t’estou constantemente a dizer?
-Tens, é, muita lábia, meu malandrote, minha enguia doce. O que fazes na sexta?
-Ah, docinho, sexta, sim sexta, tenho qualquer coisa… ah, tenho a reunião dos encarregados de educação.
-E sábado, fofo?
-Sábado amor, já te tinha dito, não tinha flor? Tenho o jantar dos…
-Porra Daniel, é sempre a mesma merda, vai-te lixar.
Fico para ali, telefone na mão pendurado. O Cágado enroscado, testa franzida, mira-me por um olho com ar de pena ou de gozo, não sei.
Se ao menos encontrasse o guardanapo com os telefones da Cristina e da Sónia… tenho de me organizar.
Acendo um cigarro, pego no que resta da garrafa do almoço e vou lá para fora para o quintal.
Desta vez Cágado levou a melhor.
11 comentários:
Docinho, amor, flor... [inserir revirar de olhos]
Fofo aprovo porque eu chamo o X de fofo (e a ti também).
beijinhos fofo ^-^
uma garrafa, ainda que seja revestida a restos, é sempre melhor que o trivial despir-vestir e bye-bye!
alem disso há a canídea... do mal o menos, sempre dá umas lambedelas com olhos mansos e leais. e depois aninha-se, toda.
*sentiste o tremor de terra?
O_o
Maria,
Sou mais um fofo-caixeiro.
Não dei pelo tremor!
De facto ouvi um barulho qe qualquer coisa a cair. Fui ver e não me apercebi de nada.
Eu que gosto de emoções fortes, tipo raios e coriscos.
Vivi o tremor de 69 ou 70 com uma inesqueível adrenalina.
Estou mesmo a ficar insensível ;)
Beijinhos.
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Paixão,
só que isto às vezes não fica assim.
Bjinhos,
visitei pela primeira vez este blog e gostei muito... voltarei..
e estou a pensar em oferecer-lhe uma agenda...;)
Psique,
Fico à espera. Depois empresto-a ao Daniel, o malandro assim talvez se consiga organizar
Volta sempre
Beijinhos
Compadre, Erecteu
Essa de tomar apontamentos em guardanapos de papel, não dá! é um risco muito grande.
E, muito pior é trocar o nome dos nossos amores :)))
Cuidado compadre, elas não perdoam.
Escrito de forma desconcertante e alegre.
Grande abraço
Porque não te aninhas com o Cágado no sofá? Egoísta!
Eu tinha um Johny bem grandão e cabiamos os 2 no maple, aquilo às vezes era mais dele do que meu, mas cabiamos sempre, meio ao colo um do outro... que saudades do meu Johny pretinho!
Além do mais, nota-se que estás muito empenhado nessa relação com a Teresa, Telma ou lá como ela se chama... tás, tás! A sério! É que tás mêmo!
(6ª ocupado, sábado tb, pois, pois...)
Beijo da gata
Rui,
Nós sabemos que não. Por isso mesmo o Erecteu nunca trocou nem torna a trocar, juro.
Um abraço
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Nanni,
Ninguém compreende o Daniel.
É um ganda coração orientado pelos melhores princípios e intenções, onde tem sempre um cantinho aberto para uma nova amizade.
-Erecteu, temos que ser uns pás outras, lembra-me ele constantemente.
Beijinhos.
:)))
O Daniel tem de passar a anotar os nºs no telemóvel que é a melhor agenda. Com a vantagem acrescida que se der apenas esse nº aparece o nome antes da chamada para não se enganar. ;)
Ou arrisca-se a ficar enroscado na cachorrinha que é quente, fofa, terna mas não leva chá à cama nas gripes. ;)
O Dani é um rapaz com muito azar, perde os gardanapos e nada garante que não perderia o télélé. Compensa porque é um coração e mãos largas.
Beijinhos
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