Apareceu lá no campo treinávamos nós à tardinha, cantos e livres à entrada da área, conscientes da dificuldade que era enfrentar no dia seguinte os do S. Pedro, numa tentativa de minimizar os atributos do Zé Galo, guarda-redes por imposição mas não por vocação.
Cirandava em orbita da malta, bamboleante num arrastar de pés, mãos nos bolsos, olhar esquivo de soslaio. Não demorou muito que, a argúcia do Pica, não determinasse a convocação urgente da roda .-É espia deles – sentenciou apontando com o queixo – tá a topar a nossa táctica.
Os olhos da equipa, como de um se tratasse, afincaram-se no magano que, virando costas comprovava a tese e a sentença estava aprovada: era sim senhor: só podia ser bufo do ISP – “Invencível de S. Pedro”, para eles, “Invencível Só Parvoíce”para nós, diferendo amiúde resolvido à pedrada na encosta do castelo.
-Que sa lixe, continuamos o treino que o Galo não tá em forma.
-Nalgas. Nã tou em forma vais tu à baliza.
Não Galo – troou o couro. Era velho o ponto assente de que a baliza era dele. Se na verdade não era um dotado guardião, fora da baliza tinha o desastroso papel a quem se limpa o cú. O Galo era contudo imprescindível na equipa dada a grande qualidade de fornecedor das bolas.
Continuado o treino, logo ao primeiro canto, disparada a bola em arco… -Troc’ás botas, lá foi ela para a bancada –imaginemos– para saltitar até os pés do maltês que impávido olhava para ela e para nós enquanto a malta olhava uns pós outros a ver quem lá ia.
Porra que o sacana era grande, ar de urso mal escovado, cabeça XL, olhos XS plantados na fuça quadrada.
Teve que ser:
-Vai lá Garrincha.
-Eu? Vai tu...
-Foste tu que chutaste, porra.
Para alívio dele e da malta o gajo lá se dirigiu para a bola, dá-lhe um toque comprido para a linha de fundo, ensaia uma corrida, dispara e aí vai ela voando por cima das cabeças direita ao Galo para lhe passar por entre as asas, morrendo enrolada nas redes.
-Ca ganda chuto, sibilou o Zico.
-Ca ganda vaca, arrotou Garrincha despeitado.
Volto os olhos para ele e já nos tinha voltado as costas, biqueirando a terra levantava poeira.
-Ei. –Ó tu. –Psstes, foram saindo.
O treino parou. A malta rodeou-o.
-Que fazes aqui?
-Ía a passar.
-Dond’és?
Daqui, sou da Ti Custódia.
-Da Ti Custódinha? Pode lá ser!
-Sou sobrinho, vim pa cá.
-Como ta chamas?
-Rui, Rui Biegas.
-Queres jogar connosco?
-Só se for à Baliza.
Os olhos da equipa, como de um se tratasse, afincaram-se no magano que, virando costas comprovava a tese e a sentença estava aprovada: era sim senhor: só podia ser bufo do ISP – “Invencível de S. Pedro”, para eles, “Invencível Só Parvoíce”para nós, diferendo amiúde resolvido à pedrada na encosta do castelo.
-Que sa lixe, continuamos o treino que o Galo não tá em forma.
-Nalgas. Nã tou em forma vais tu à baliza.
Não Galo – troou o couro. Era velho o ponto assente de que a baliza era dele. Se na verdade não era um dotado guardião, fora da baliza tinha o desastroso papel a quem se limpa o cú. O Galo era contudo imprescindível na equipa dada a grande qualidade de fornecedor das bolas.
Continuado o treino, logo ao primeiro canto, disparada a bola em arco… -Troc’ás botas, lá foi ela para a bancada –imaginemos– para saltitar até os pés do maltês que impávido olhava para ela e para nós enquanto a malta olhava uns pós outros a ver quem lá ia.
Porra que o sacana era grande, ar de urso mal escovado, cabeça XL, olhos XS plantados na fuça quadrada.
Teve que ser:
-Vai lá Garrincha.
-Eu? Vai tu...
-Foste tu que chutaste, porra.
Para alívio dele e da malta o gajo lá se dirigiu para a bola, dá-lhe um toque comprido para a linha de fundo, ensaia uma corrida, dispara e aí vai ela voando por cima das cabeças direita ao Galo para lhe passar por entre as asas, morrendo enrolada nas redes.
-Ca ganda chuto, sibilou o Zico.
-Ca ganda vaca, arrotou Garrincha despeitado.
Volto os olhos para ele e já nos tinha voltado as costas, biqueirando a terra levantava poeira.
-Ei. –Ó tu. –Psstes, foram saindo.
O treino parou. A malta rodeou-o.
-Que fazes aqui?
-Ía a passar.
-Dond’és?
Daqui, sou da Ti Custódia.
-Da Ti Custódinha? Pode lá ser!
-Sou sobrinho, vim pa cá.
-Como ta chamas?
-Rui, Rui Biegas.
-Queres jogar connosco?
-Só se for à Baliza.
-BOA, grita-me o Galo.
10 comentários:
Olá Erecteu
Lá conseguiram arranjar um bom guarda-redes.
Diálogo cheio de ritmo, num ambiente bairista.
Mais uma vez envolveste-nos na tua escrita.
Grande abraço
Voltei, a meio gás, mas já deu para estas leituras atrasadas que se acumulavam, pra meu desgosto... Continua a escrever-se muito bem por aqui, mantendo-se o nível a que estamos habituados... :) Bom fds
fiquei colada ao ecrã a ler-te...obrigada
Bamos lá jogar que neste ritmo só podes ganhar. :)
eu à baliza não sou lá grande coisa... deixo entrar tudo!
E tu?
E eis que aparece um novo personagem... Fico à espera de mais aventuras ^-^
bom weekend
Rui,
Conseguiram um guarda redes? Quanto ao bom...
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Benvinda Di,
Que se passa? Encontramo-nos mail'ogo?
Beijinhos
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Fausta,
Eu? Pareço o Nuno Gomes bem quero meter mas não consigo. E contigo?
Beijinhos.
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Psique,
O conto é uma cola? Vê lá se seca, tem cuidado.
O USA tá a precisar de apoio psicológico, está é nas lonas para contratar técnicos :)
Bjinhos.
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O USA com essa tua fé nomeia-te madrinha da equipa.
Beijinhos.
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Maria,
Bom FDS pa ti e mais X.
Vai prevenida, ok?
Beijokas.
Se for preciso um ponta de lança, tou cá eu! Tás-te a rir? Fui durante dois anos o mais mortífero ponta de lança do Galitos Futebol Clube! Golos não marquei muntos, mas que era mortífero, lá isso era!
Eu sou aquela que não gosta de futebol... portantesss, baliza para mim foi de andebol, até ao dia que levei uma valente bolada no estômago... nem te conto!
Mas estava de ver que, com aquela timidez toda, o gajo não podia ser espião... 'tava mesmo interessado era em jogar.
(falta de intuição...)
Beijoca da gata
Em nome da comunidade dou as boas vindas ao Biegas:) Defende bem, man.
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