sábado, 28 de outubro de 2006

Há quanto tempo

A Isabel e o João desafiaram-me para jantar. Perante alguma hesitação, demoveram-me com o esfarrapado: há uma surpresa.

De casa deles seguimos pá janta e a surpresa era o local: A FLORESTA DE ALGÉS! Cem quilómetros para tal, mas estava bem.
Voltava à "Tasquinha", casa que nos deliciou com pratadas a 4$90, fruta bebida e café incluídos, no tempo em que a malta "da"INEF se distribuía, dependendo da altura do mês, pelas casas de pasto e cervejarias da zona.

Tudo mudado: balcão da direita p’a esquerda, mais espaço sacado não sei d'onde. De novo, também: as mesas corridas, toalhas e televisão. De antigo, aquela sonoridade.
Não fora o amor que eles me têm e o pouco que consigo retribuir-lhes e diria, merda pá surpresa. Veio o panito e a chouriça, o vinho verde-branco à pressão e comecei a dar por bem empregue a ideia.

Quando dei por isso, com tanto lugar vago, planta-se ali um tipo, ali mesmo ao lado: olhar insistente, sorriso irónico, orelha à boleia da nossa conversa. Restou colocar-me a três quartos para ver se... nem sei bem o quê.

Encomendadas as costeletas e a corvina, a conversa não ganhava jeito com aquele emplastro ali colado! nem os meus comentários e trejeitos implícitos a resvalarem p'o explicito safavam a situação, nem os meus amigos se mostravam incomodados. Parecia que só eu sentia a cueca entalada no rabo!
Dei comigo a pensar: o tipo é bicha; depois refreei-me considerando que podia ter tido um qualquer curto-circuito par'os lados do lóbulo frontal.
Quando o gajo acintosamente chega a cadeira para cima da minha amiga... foi demais! Virei-me directamente para ele que, agora, escancarava um inapropriado, alarve e desafiador sorriso. Abri-lhe os olhos e quando... porra; era o Matos!
Há quanto tempo não via este gajo?!!

5 comentários:

Maria Arvore disse...

Afinal... era uma surpresa dupla. :)
E os telefones ainda funcionam. ;)

Maria disse...

Bom fim-de-semana ^-^

beijinhos

Filipe disse...

Quando era puto os meus pais levavam-nos, os manos todos, a essa tasquinha. Comíamos sempre bitoque com batatas fritas e o belo sumol. Depois apareceu o Guaraná. Era como se bebessemos cerveja!
Depois de jantar íamos brincar para a rua (não podíamos passar dos ferros que travavam a saída da tasca); mas uma ou outra vez até nos atrevemos a atravessar a estrada para explorar o bairro em frente. Mas isto os meus pais não sabem! Belos tempos!

Erecteu disse...

Maria,
Dupla pelo menos.
Ainda estou para me refazer. Mas não sei se conte.
Bom fim de semana e carrega as baterias para a tua 2ª feira
B.jokas.

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Filipe,
Também lá levava os meus putos. Eles costumavam brincar com uns traquinas que lá andavam. Felizmente os nossos eram ajuizados e observavam com muito cuidado as nossa recomendações.
Provávelmente até conheço os teus pais.
Um abraço

Filipe disse...

sim, os meus pais incutiram-nos algum tento pelo que as travessias para o outro lado da estrada eram feitas com todo o cuidado. Isso eram!