domingo, 29 de outubro de 2006

FATIA

na senda dos temas politica e socialmente menos correctos:
Matas de Angola, Bié, Progredíamos há pouco menos de uma hora, do cimo do cavalo – a ficção dá pra tudo! Se eles têm e nós não temos… arranjamos os nossos “cóbois” - a sensação de segurança não era por aí alem, mas antes assim que à pata. Mantínhamos o contacto visual, e pelo flanco sempre era melhor; podia abrir ou fechar consoante a mata fosse mais ou menos densa.

O calor ainda não aperta, as botas estão molhados pelo cacimbo depositado no capim e arbustos; rastos nada, um ou outro deixado pela caça, trilhos muito menos. Calma perfeita, aves cantam á nossa frente, o que contribui para tranquilizar. Analisado o vento, capitão a barlavento, puxo de um anti -regulamentar “Hermínios” – estes poucos me cravam -, à falta de outra coisa sempre distrai.

Sigo embalado pelo passo da Fatia, égua "isabel" vaidosa de sua pelagem rosada, crinas e cabos branco-loiros, temperamental como tudo; Cambumba apelidou-a de FATIA DE MERDA. Ninguém lhe tinha mais amor do que ele! Passava-lhe o escovilhão ao correr e a contra pelo, pelo dorso, ancas e espáduas, chegado à barriga lá fugia ela incomodada pelas cócegas; tratando-se de lhe examinar os cascos, punha-se a pau, não fosse pregar-lhe outra dentada.
Absorto nestes pensamentos lá íamos com duas horas de marcha e o capitão sem mandar fazer alto, cu a doer e o calor a aparecer.

De súbito: gritaria, troar de cascos, diálogo de rajadas: cavas com falsetes, falsetes com cavas.

Estava um dia tão lindo! Bonito, lá temos merda outra vez.

1 comentário:

Maria Arvore disse...

:)))

Afinal a Fatia estava sempre no meio daquilo que estragava os dias bonitos. ;)