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domingo, 31 de janeiro de 2016
Amofinado
Assalto
A salto
De trouxa contendo farnel e umas
parcas ferramentas, rumaram às franças fugindo como ratos no rasto dos
passadores, os primeiros emigrantes! Para trás nada deixavam porque saudade,
recordações e coração não se descartam. Se a coisa corria bem, passada uma
linha que não viam, acolhidos num bidonville trocavam-se os "és"
pelos "is" e agora emiprodutos começavam a contar os anos de voltar
às berças, enquanto iam erguendo casas ou esfregando escadas que lhes davam
os francos. Os francos subtraídos à boca e a casa decente, transmutados em
escudos, lá pariam na aldeia maisons reprovadas e ridicularizadas pelos seus
conterrâneos que mais gostariam de impressionar; as suas Vanessas e Marlenes
deixavam os primos Zés e Toinos de cabeça à roda, naqueles pic-nics ricos em
vinho, sardinha e bifana, tudo à fartazana. Quando vem o fim do verão, les
derniers bisous,enquanto no toca cassetes da nova bagnole soa, adequadamente,
Les Chats Sauvages...
Foram muitos anos a virar frangos, com a vida a sorrir. Calculo que de
cada gota de suor tivessem obtido um cêntimo. Acham muito mas cuidado que o
frio abunda... Cêntimo a cêntimo o imigrante enche o mealheiro que bem gerido,
com a ajuda de um simpático gestor de conta, dará mais lucro seguro que ovo de
Mofina Mendes. O que ninguém está à espera é de que com boas trancas nas portas
para evitar a esperteza alheia, os golpistas de punhos e colarinho branco
estejam já portas dentro...
Quem trabalhou uma vida inteira aforrando para a velhice e, seduzido
por insuspeitos funcionários das instituições, aderiu a produtos interessantes
em retorno e seguros, seguríssimos,tenha ficado de tanga é obra feia!
O que sentirão os ex - heróis do equilíbrio das divisas, sobre a
autoridade reguladora que assobiou olhando para o lado? O que pensarão do que quando orgulhosamente diziam aos
camaradas: “Eu cá trabalho, nunca fiz uma manife! Como lembrarão os senhores
que entre palmadinhas nas costas e entrega de um autocolante, com voz doce lhe
diziam -Conto consigo… morderão a língua se porventura tiverem retorquido: -Temos que ser uns p´ós outros, Sr. Doutor.
O desafogo e soberbas próprias provocam invejas alheias mas isso não
pode impedir que gritemos: agarrem os Banif boys, agarrem os BES boys, agarrem
os que assobiam pó lado!
ACUDAM QUE SÃO LADRÕES
Vou-me à feira de Trancoso
sexta-feira, 29 de janeiro de 2016
Deambulando
Desenho de Franz Kafka |
As cotas têm muito que se lhe diga... Aceitáveis para a mudança - como pontapé de saída - tornam-se inevitavelmente desajustadas. Não seria muito canhestro reivindicar lugares de liderança para homens no Bloco de Esquerda?
A inquestionável igualdade de direitos não colide com as diferenças de género, nem com as outras que me ocorrem e provavelmente com as que me escapam. Naturalmente a diferença quando incorporada onde quer que seja, produz efeitos de mudança... sabido como o Homem é a ela naturalmente avesso, não é necessário introduzir factores de interesses subjectivos, individuais ou colectivos, para que sejam despoletadas reacções.
A presidência de Obama afinal não alterou a rotação da terra nem o seu eixo, a eleição de Hillary, a verificar-se, também não alterará a sua órbita, contudo produzirá reacções, muitas inconscientes, que no final engrandecerão a nossa Civilização. Afinal após Maria Tudor ter dado cabo da “Armada Invencível”, de Catarina a Grande ter transformado a Rússia num potentado e da “Dama de Ferro” ter humilhado a Argentina nas Falklands, Hillary com todo o seu charme pragmatismo e muita força, terá a oportunidade de conviver em paz e harmonia com Merkel.
Onde houver uma mulher é o que ela quiser, onde houver duas...
II
As diferenças ideológicas são um problema que só pode ser redimido por quem lhes diga respeito. A separação do estado e da igreja foi restabelecida, em Portugal, após o 25 de Abril, para minha satisfação e pesar de muitos. Há estados em que tal não acontece e reciprocamente, os laicos e os não laicos, não podem meter o bedelho na organização de uns e outros, nem devem na minha opinião.
Em Itália as obras de arte foram escondidas para não chocar sua excelência o presidente Iraniano! Há milhares de milhões de razões para que a sua nudez tivesse sido escondida, pena é que a unidade de medida fosse o €uro, que escorre de cada contrato firmado.
Se o motivo foi o respeito pelo convidado, temo que o respeito que o senhor tivesse por nós, tenha, com esse amável gesto, diminuído dramaticamente pois se as burkas chocarem o seu anfitrião, as mesmas não serão suspensas se a visita for retribuída.
Pior, temo que tenham sido fornecidos argumentos aos energúmenos radicais do auto proclamado estado, auto denominado de islâmico, para destruírem o milenar património cultural mundial...
É afinal uma forma de as esconder irrevogavelmente.
III
A função pública está em greve lutando pelas 35 horas semanais, algo que consta dos acordos do governo com os partidos que o suportam. O problema é que não há dinheiro. Os “malandros que não fazem nada” reivindicam para si algo que no sector privado não é nem será aplicado tão cedo.
O estado tem gente a mais? Rua com eles, na óptica de gestão privada. Nessa mesma óptica até dá jeito ter uma bolsa de recrutamento alargada. Muito povinho a precisar de pão pá boca, torna o maralhal dócil, atento e devoto q.b. ; cuidado é com as grandes bolsas de maralhal que esfaimadas podem dar em turbas.
Não tenho qualquer duvida de que o sector estatal pode ser mais produtivo. Para isso há que ter objectivos e lideranças políticas firmes, capazes de por os quadros intermédios a funcionar; há que começar por abandonar a prática de nomear boys para tomarem conta do aparelho do estado, durante a legislaturas e em especial no seu final.
Para finalizar: há que tentar perceber como o sector privado entra pelo sector público como faca em manteiga mole.
Godinhos e robalos há muitos.
sábado, 16 de janeiro de 2016
d'oiro fagueiro
…depois há, ainda, os que nascem sem serem meninos; assim
vivem até que na hora de morrerem duvidam que deixem em alguém ponta de
saudade.
A neblina disfarçava o vulto
escuro avançando pelo carreiro que ladeia a linha do ramal vindo para lá do
Entroncamento, dobrado sobre si tentando proteger no regaço Saúl. Passo sim,
passo não, um tropeção na tentativa de evitar ramagens de caniços lacrimejantes
que teimam afagar-lhe o rosto e o filho que lhe aquece o peito, não a alma. O
ar frio e húmido do fim da madrugada traz sons longínquos, sabe-se lá donde… talvez
vindos da azinhaga que atravessa a lezíria, acompanhando a linha, propiciando namoros
entre carroças e o comboio a vapor, até se despedirem com acenos chegados ao túnel,
quando o maquinista apitava ao avistar a bocarra negra, na chamada “Curva d’adeus”..
Imperceptível o som agudo
persegue-a agoirento: será a carroça do peixeiro que teima em quer comprar-lhe
beijos a troco de carapaus moídos ou será noitibó de maus presságios? Agora
pouco lhe importa, alcançado o fim do trilho, sobe as pedras britadas e calcorreia
a linha aproveitando-se, quando pode, das travessas negras; antecipa deliciada o aconchego que o desvão de resguardo, a meio do túnel, tem à sua
espera. Lá chegada, descansará as costas contra o taipal de madeira, descobrirá
o seio para o dar ao seu menino…
- Sabes quem se atirou à linha?
-…
-Não? A Mercedes, homem.
-…
-Qual Mercedes, qual Mercedes! .
A
espanhola, a espanhola fugida lá da guerra deles.
terça-feira, 2 de junho de 2015
No divã a caminho de main street
Sabe uma coisa?
Sou uma pessoa primária e confiante, muito confiante nos outros, aquilo a que se costuma chamar de ingénuo ou naif , o que não terá nada de mal nem de bom, é só uma maneira de ser. Mau, mesmo mau, é o ter dificuldade em recuperar a confiança quando e se a perco, o que me transforma num ser desinteressante, sem sentido de humor, avesso a ser objecto de brincadeiras, pelo que vou logo, voluntária e directamente, pentear macacos, lamber sabão ou banhar-me em fossas sanitárias, vou mesmo, se necessário, para um qualquer impessoal órgão genital masculino ou maternal, poupando o trabalho a terceiros de me ordenarem tais coisas, só sendo provável retornar refeito em dia de eclipse solar total, se este ocorrer em ano bissexto.
Sou uma pessoa primária e confiante, muito confiante nos outros, aquilo a que se costuma chamar de ingénuo ou naif , o que não terá nada de mal nem de bom, é só uma maneira de ser. Mau, mesmo mau, é o ter dificuldade em recuperar a confiança quando e se a perco, o que me transforma num ser desinteressante, sem sentido de humor, avesso a ser objecto de brincadeiras, pelo que vou logo, voluntária e directamente, pentear macacos, lamber sabão ou banhar-me em fossas sanitárias, vou mesmo, se necessário, para um qualquer impessoal órgão genital masculino ou maternal, poupando o trabalho a terceiros de me ordenarem tais coisas, só sendo provável retornar refeito em dia de eclipse solar total, se este ocorrer em ano bissexto.
segunda-feira, 11 de maio de 2015
O Coelho dos Bosques
Esta República impõe que a todos seja dado igualdade de oportunidades e preconiza nos seus princípios constitucionais que a todos seja possível viver com dignidade e a que ninguém falte o essencial: Paz, pão, saúde, educação e habitação, tal como se clama em cantilena de intervenção.
Há tanta gente que se preza de ser “às direitas” e que despreza o constitucional cariz social em detrimento do que apodam de proteccionismo propiciador ao aparecimento de mandriões! Ao invés perfilham a doutrina neo-liberal que se lhes afigura como a única mola capaz de promover o progresso.
Dirão uns que cada um que se safe, e outros, à laia do praticado em catástrofe: “primeiro mulheres e crianças” ou seja há que valer aos desvalidos.
Serão os “neo” assim tão insensíveis? Penso que não! E não será só por se incomodarem quando têm que interromper o repasto pelo esmolar de atrevida mulher ou criança. Não; é sabido que os “neo” também têm alma e se preocupam com os que quase nada têm, porem cada macaco no seu galho… A sociedade devidamente organizada desde sempre criou espaços dedicados à caridade e soube criar incentivos para a promover, atente-se à feliz ideia de descontar (ou subtrair) nos impostos aquilo que se “dá” para esses fins, sem se lhes retirar o livre arbítrio de o fazer…
Um “”neo” tem mais encanto na medida em que não sendo um fora da lei, ainda assim evoca romanticamente Robin Hood, o galã fiel ao poder, divinamente instituído, de Ricardo -Coração de Leão- para desfaçatez do Sheriff de Sherwood, enamorado de Marian, sobrinha de Ricardo, e em coluio com um frade racha-cabeças, roubar aos cofres do estado para valer aos pobrezinhos… melhor só personificando o nosso “Zé do Telhado”.
Um “neo” às direitas não é uma imitação kitsh, não senhor. Os “neozinhos” de hoje não sendo os “neozões” de ontem, são genuínas peças com muito mais encanto pois, não vindo da Reboleira, estão insuspeitamente desvinculados de interesses populares. Vindos desses "Massamás" são populistas que proliferam pelas Grandes-Lisboas, ou até profundo mundo rural paridor de doutores à maneira de Pires de Lima ou indefectíveis Loureiros, alcandorados a intelectuais e, ou, industriais fachos/faróis de personalidades movidas a ambição nuclear com mais “octanosteronas” com que algum Zé Camarinha jamais sonhou...
Um “neo” á maneira produz o impacto visual dos reclames luminosos dos anos cinquenta… piscam, piscam, em toda a gama de cores e tons e cores, parecendo não ter fim…
Mas em verdade vos, digo: Não há neón" nem “neo” que não acabe por se fundir……
segunda-feira, 7 de abril de 2014
Dois e quinhentos
Não
jogo porque a experiencia que me ficou dos furinhos que fazia nos
cartões em busca de “chicolates” não foi nada encorajadora; não fossem
as colecções dos cromos dos bichos em que a matacanha me saiu logo com
os primeiros cinco tostões e diria que sou um homem d’azares. Mas não,
pelo contrário sou, reconhecidamente um homem sortudo.
Menino e
mocito a vizinha, numa jogatina baliza a baliza, entre o passar dos
raros carros que fugiam à areia da nossa rua, numa disputa mais
aguerrida em que um pontapé falhado levantou uma nuvem de pó pondo a
descoberto uma moeda reluzente de dois e quinhentos, acusou-me, entre
muxoxos, de ter nascido com o cu virado pá lua! A Bilinha sabia lá como
tinha eu nascido, tinha pouco mais de um ano do que eu! Ela era de
raivas, felizmente passageiras; investido parte do achado em baleizões,
dois para cada um, já ela tinha feito reset ao mau feitio – pendurada
no meu ombro, lambendo o gelado que se desfazia escorrendo pelos braços
até aos cotovelos – aventava uma brincadeira, um desafio;
-Queres subir ao cajueiro?
que remédio… se queria bola na eira lá teria que mamar com o cajueiro.
-Ver quem desce primeiro com um cajú…
-Tá bem
-Mas tem que ser amarelo, não valem verdes.
bem a topava, os maduros estavam lá no alto e bem na ponta dos ramos finos…
-Tá beeeem-
- O coito é a porta da garagem, tá?
pronto, não chegava a subida ainda metia berrida, aka!!! A Bilinha estava mesmo a apertar com tudo, que se lixasse.
- Quem ganhar fica com o troco?
Era
demais, sacana! Avaliei os possíveis prejuízos: dos dois e quinhentos
sobravam cinco tostões, afinal não me quer só apalpar o orgulho,
entrava-me na sorte!
Que se lixem os cinco tostões, s’ela ganhar deixa-me lamber o baleizão dela, né?
sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014
Enfim S. Valentim me valha...
Namorada fora, dia santo na loja pensava o gabiru de olho nos Chéri e
pensamento na namorada, enquanto ouvia Michael Jacson quando... Knock,
Knock.
-Who is it?
-It´s me dam!
-Madam who?, perguntou arrastando a artrose até à porta, afagando a espondilose com uma mão e fechando a braguilha com a outra. Entreaberta a dita foi tomado de assalto por um: -SURPRISE, cantado melosamente e marcado pelo ritmo das ancas que já irrompiam pelo hall que haveria ser de saída mas, de momento, era só de entrada.
São! São assim as minhas amigas e mais o é a Sãosita, despachada, infelizmente mais provocadora que atrevida. A Sanitita tem-me em melhor consideração desde que lhe disse (e comprovei) termos que ser uns pás outras. Tanta disponibilidade tem os seus custos pois sem modas soltou do grave ao agudo falsete:
-Olha Mon ChériIIIII's !!!
Já nem sei o que a santinha sacou primeiro, se o casaquito de malha se o celofane da caixa, na verdade, na verdade vos digo que perdi a noção do tempo e do espaço... tudo se tornou relativo com a velocidade da luz ténue, que ficou do candeeiro economizador.
A idade tem destas coisas! O gosto do chocolate e do licor mais o cheiro da colónia e não sei bem de que glândulas são uma amalgama.
Tou feito, feitinho!!! Ai mãe, já nem sei que dedos lambo, se os meus se os dela.
Enfim S. Valentim me valha...
quinta-feira, 25 de outubro de 2012
Pai querido, pai queriiiido… (ou o desafortunado PC)
“Para dar uma boa educação aos meus
filhos" sabem?, só não suo as estopinhas porque uso, passe a
publicidade, Stop 24, um bom anti-traspirante.
Transportes alojamento, alimentação,
propinas, livros e sebentas mais o traje académico e, para atenuar regurgitações
vínicas, a conta associada da lavandaria, perfazem uma verba considerável que
muito escorraçado do mundo do trabalho não desdenharia.
Ainda assim, ufano pelo meu papel
de pai excelentíssimo, relativamente ao que faço, e ao deixo de fazer, em proveito
do meu “cuco”, fiquei arrasado pela confidencia de Paulo Campos (PC):
"Tenho 47 anos e sou apoiado
pelos meus pais, enfim, para dar uma boa educação aos meus filhos"
PC, é reconhecidamente um homem
dedicado, á família e á coisa pública como é sabido, tendo desempenando funções
de secretário de estado, o que lhe fez reduzir a remuneração média mensal para
uns míseros 7971,7€.
Actualmente o desafortunado PC,
segundo declaração do IRS relativa a 2011, ronda dez vezes o salário mínimo
nacional, coitado! (coitado do salário mínimo), entenda-se.
Mas voltando à minha má consciência:
estarei a dar o melhor que posso ao meu “cuco”? Ora, sabendo eu que PC,
conhecedor da coisa pública, tem os seus fora do constitucional ensino público,
universal e gratuito; esse mesmo a quem se vê serem retirados apoios estatais, aquele
que licencia jovens para emigrarem, “valise” na mão e de bandeira de quinas ao
ombro… quer-me cá parecer que não.
É bom ir pensando em saídas
alternativas. Para já, como ocupação de tempos livres a Universidade ainda me
parece bem e uma vez que já tem o traje, talvez seja melhor comprar-lhe uma
guitarra ou pandeireta, pode ser que se encaixe na tuna académica.
quinta-feira, 14 de junho de 2012
... não se olha ao dente
Que uma pessoa saia à rua com dentes
podres não merece grande reparo, mas que se atreva a vestir uma fatiota catita
e a dar às ancas, cuidado que pode estar a pisar os limites; então se a isto
juntar o atrevimento da abrir a boca para cantarolar uma marchita, segurem o
Carmo e a Trindade não vá a caraça
entrar-nos casa adentro pela mão de um realizador da TV como aconteceu na transmissão
em directo das Marchas Populares de
Lisboa-2012.
Constatei que a imagem da senhora foi
suficiente forte para merecer reparos e fartos comentários no “face.
Independentemente das razões que tenham motivado o realizador a colocar no ar
aquelas imagens, fica para a história uma narrativa que não desmerecerá Fernão
Lopes ainda que em pincelada de sabor a corrente realista... aquela em
que os temas e as personagens estavam aquém dos mitos.
Deixem-me bailar à vontade e não se
importem se o faço para aparecer na TV ou se a minha veia plebeia, quando rufa
um tambor, me faz o pé marcar compasso.
segunda-feira, 11 de junho de 2012
Vinde a mim as criancinhas
Se vos disser que “Ficacom”é uma expressão derivada de um neogalicismo, não pensem
que vos estou a ofender, independente das coneries
de que sejam eventualmente capazes.
Atenham-se simplesmente a “Restavec”,
expressão que refere crianças sem tecto
mas com fome e sede de sobra, avassalados por doenças e entregues por suas mães
a quem lhes pudesse valer.
Agora recordo-me da bronca que foi
tratada na imprensa, pouco depois do terramoto, aquando da detenção de uns
membros de uma ONG, acusados de quererem “raptar” umas quantas infelizes
criancinhas. Na altura fiquei sem saber o que disso pensar. Tratava-se de
arrogância da organização que desrespeitava as autoridades locais ou estava-se
perante burocracia de inspiração “tontons macoute”?
Os “restavec” são profusamente
aproveitados como mão-de-obra barata por parte de algumas (muitas) famílias
haitianas que, sob a capa de generosa piedade, dos "restavec" em
troca recebem trabalho e não raramente as sujeitam a lascivos abusos e
frequentes agressões de brutalidade inimaginável.
Infelizmente este fenómeno traz-me à
memória muita coisa que não abona a favor da nossa presença além-mar reveladora
de um desprezo ou falta de consciência de coisas a que hoje chamamos de
"direitos fundamentais" e se mais não digo, por agora, mas
penso no que se passará aqui ao virar da esquina a uns quantos desempregados e
como se sentem as pessoas, um povo dependente!!!
Esta coisa tem gaitas...
quinta-feira, 7 de junho de 2012
Descubra as sete diferenças
Os marinheiros estão desejosos de chegar e logo de partir,
dizem.
Diz-se que são, inconformados de
olhos desfocados em busca de novos cenários para aventuras de fazer gelar o
sangue ao mais valente; de trazer até à amurada as fauces de monstros saídos
das profundezas; dizem mesmo que depois de uns quantos Gins ou Runs fecham
ainda mais a alma enquanto vão soltando a língua e abrindo a boca de espanto a
quem os oiça e compreenda. Nessas ocasiões veem à ribalta sereias de cabelos
dourados cantando em timbre de harpa, selvagens tatuados rangendo dentes e
brandindo facas descomunais; por vezes, baixando a voz, até falam de dobrões
d’oiro, diamantes, esmeraldas e rubis, dentro de baús de grosso ferro, enterrados
à sombra de três palmeiras de uma ilha deserta no meio dum mar imenso.
Na verdade nunca ouvi marinheiro
em discurso directo mas, um amigo que foge para tudo quanto é porto e doca
jurou-me que é errado falar assim de marinheiros. Tornou evidente que, tal como
as marés e os pôr-do-sol, não há dois marinheiros iguais.
Contudo, disse ele, numa coisa
em particular são todinhos iguais – no desejo de possuírem embarcação própria para
capitanear. Contou aliás que os dois dias mais felizes de um marinheiro são: o primeiro, o da compra do batel e o segundo quando se desfazem dele, por um
pataco que seja...
Esta coisa tem gaitas!!! Afinal
os marinheiros são como os meninos e os brinquedos novos; aliás são como os homens
e as namoradas, né?
terça-feira, 5 de junho de 2012
Desconfianças
Não sei se foi mesmo a sério ou a
brincar mas... eu desconfio.
Pois bem, amigo puxa amiga e dei
com este comentário no “Face” cujo autor, por questões de pudor recuso
identificar.
..."mesmo acerio foi uma
grande festas ate fizemos chorar a alexandra por isso temos de ter grandes
qualidades... ahahahah"
Poupem-me os defensores de telebs
e, ou, os cruzados do (des)acordo ortográfico mas, carago, O REI VAI NUZINHO!!!!
O chavaleco supracitado é um irresponsável pelo acto, sem ser
necessariamente mentecapto. Atrevo-me a dizer mais: por cada calinada que o
"jove" dá, deveria ser indemnizado leoninamente, aplicando os
critérios que o estado utiliza nas negociações com as PPP's.
A talhe de foice e, acreditem se
quiserem, cá no burgo há uma professora de português do 3º ciclo que corrige
"estavam" para, valham-na todos os do Olimpo "estavão" e
"sentisse" para "senti-se". É obra, né?
Ná, obra, é o facto do
encarregado de educação (EE) que me deu conta disto, ser, por acaso, também
professor, mas... obra mesmo, é nada fazer. E porquê? Não é por qualquer tipo
de atitude corporativista, nã senhori,
é por ter medo das consequências que pudessem daí advir se tratasse devidamente
do assunto! - Onde estavas tu no 25 de Abril? (perguntaria BB)-
Cá o Lorpa , por parte do pai, entende que o Sr EE se está a furtar
a um elementar dever de cidadania, no mínimo.... Os pais dos outros menino que corrijam
devidamente a indevida correcção, pensarão vocencias. E, já agora: e se algum menino tiver um EE que
não saiba corrigir ou não acompanhe devida milimétricamente o educando? Paciência, né?
Esta coisa tem gaitas!!!
Em verdade, verdade vos digo que,
pelos vistos, é mais fácil entrar um camelo pelo buraco d'uma agulha do que , “acerio”,
o ensino rumar a bom porto.
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