terça-feira, 11 de setembro de 2007

Afinal... não afinal

Afinal...

-Como é que se acaba com um blog?
?!!! – Mas tu tens um blog?
- Não que ideia, sabes bem que não.
-Então…!
-Mas gostava de ter.
-Lá tás tu a mancar-me.
-A sério, diz lá.
-Mas se não tens…
-Mas posso vir a ter, né?
-Mas não tens.
-Supõe que tenho.
-Tá bem.
-Como é?
- Acabas, fácil!
- Ponho um post a dizer: acabei?
-Pronto, supondo que tens, né? Como começaste?
-Escrevi um post, ora! Mas a questão não está no começar, como acabo? Se quiseres acabar o teu como fazes?
-Sei lá! Deixo de escrever, ora!
-Não sabes? Tens um blog e não sabes como acabá-lo?
-Nunca pensei nisso, porra.
- Tch! Foste sempre um irresponsável.
-Chiça, tá bem... vou pensar nisso.
-Improvisa.
!?
-Sim imagina que queres acabar.
-Tás louco? E o pessoal: Erecteu anda lá, dá lá mais uma… ou: não faças isso a malta gosta muito de tu, blá, bláblá…
-Ai é?
-É, para além disso um gajo mesmo que apeteça não diz.
-Não?
- Claro! Um gajo quando quer, faz, não diz.
- É! Tens razão. Mas parece mal, dar de frosques e não avisar, né?
-Pois, mas se um gajo avisa, parece que está a pedir batatinhas!
-Pois é.
-Pois é.
-Tchau.
-Até à vista, vou de férias.
- Olha essa era uma boa para…
-Não recomeces, porra!

... não afinal

Comecei a blogar porque um sacana de um amigo blogava entusiasticamente.
Porquê?
Pelo desafio de dominar uma ferramenta esquisita; depois, pelo deslumbramento da descoberta do prazer da escrita que encontrei por aí espalhado; escudado no anonimato, foi-me possivel ousar também.

Por fim, mas não finalmente, apercebi-me de que me era dado um enorme carinho que, tenho que confessar, me fazia muita falta. O entusiasmo era porporcional à incompreensão pelo apreço e incentivos recebidos. Entretanto a barra esteve bem preta por mais de uma vez; em todas senti um enorme e discreto apoio. As forças foram faltando na justa medida em que o "Com menta" mais pedia, projectos fermentaram e ficaram por aí, outros por fechar; sobreveio o complexo de culpa de mais receber do que gosto dar!

Pensei mais do que uma vez em acabar, sem saber como. O texto aí acima esteve à beira de um click. Imagino o que será chegar a casa e dizer -"Olhem, vou-me, fiquem bem."- e a familia a olhar aparvalhada. Pretensões.
Parvoíces, mariquices, afinal não devemos nada uns aos outros, somos fortes e livres, durões e mais...VIRTUAIS, se não me engano.

Desta forma propus-me aguentar um ano, 365 dias, chegou finalmente o dia. Merda, e depois?

Não o faço agora, mas um dia, qualquer dia... lá terá que ser, né?

Nota: Aqui abaixo, foi o primeiro post, antes das minhas MARIAS me ensinarem a pôr música! Revejo o poema e encontro-lhe, @penas, ainda mais sentido!



Eu fui devagarinho
Com medo de falhar
Não fosse esse o caminho certo
Para te encontrar
Fui descobrindo devagar
Cada sorriso teu
Fui aprendendo a procurar
Por entre sonhos meus

Eu fui assim chegando
Sem entender porquê
Já foram tantas vezes tantas
Assim como esta vez
Mas é mais fundo o teu olhar
Mais do que eu sei dizer
É um abrigo pra voltar
Ou um mar para me perder

Eu fui entrando pouco a pouco
Abri a porta e vi
Que havia lume aceso
E um lugar pra mim
Quase me assusta descobrir
Que foi este sabor
Que a vida inteira procurei
Entre a paixão e a dor

Lá fora o vento
Nem sempre sabe a liberdade
Gente perdida
Balança entre o sonho e a verdade
Foge ao vazio
Enquanto brinda, dança e salta
Eu trago-te comigo
E guardo este abraço só para ti.

Mafalda Veiga

4 comentários:

Toix disse...

Essa do sacana do amigo gostei... e se o entusiasmo nem sempre é o desejável, não ligues, o entusi-asno esse não vareia. Um abraço de parabéns!

Maria Arvore disse...

Erecteu,
toma lá um beijão de parabéns. CHUUAAACCCCC!

Quanto aos fins, tudo tem um, excepto as salsichas que têm 2 mas voluntarioso como és, acredito que quando julgares que é a altura saberás fazer algo a la Erecteu porque as tradições... existem mesmo para ser quebradas. :))))

Maria disse...

Porra! Tava a ver que era o fim!
Ai que o meu coração não aguenta!

Elipse disse...

ando a ler o que deixei em atraso.

Não posso perder pitada, por isso começo por aqui e depois vou subindo.
Também sou das que dedicam carinho à tua escrita, acreditas?
Parabéns pela persistência!