sábado, 23 de junho de 2007

recuando por ruas e praças

O sol queima, a multidão em torno de turcos e tachos entre miras e ustedes parece buscar o pote de ouro no final de um arco-íris, a suposta alegria de um dia de férias não se conforma com o fervilhar de um euro pelas alminhas; estranha forma de vida. Por cima do vespeiro insinuam-se sons em crescendo com os passos que se dá até que nos depararmos com eles, sós na multidão de ferramentas na mão, alheios aos que passam, face a face, atacam a um gesto de olhar ou decidido avançar de queixo, alheios à moeda que por vezes tomba na caixa da guitarra.





As mãos percorrem a escala, não mais a esquecerei.

***


Abandonada a lancha, meia dúzia aqui, outra acolá são despejados em pensões de ruelas escuras, abandonadas as malas em apertados quartos, partem à descoberta. S. Marcos deserta no sol-posto de Maio, arcadas e longínquo som mistério revela-se sob o arco fronteiro. Prendem-se diante do corpo que se move ondulante. Trocam palavras em surdina tocados pela magia dos cheiros luz e som; acabou, o silêncio instala-se mas fica a magia do carinho com que passa o lenço pelas cordas; não sei quem avança e deposita umas liras na caixa, os outros seguem-lhe o exemplo, ela mais desinibida presenteia-o, in english, com uns elogios, ele devolve com um sorriso e um OBRIGADO.

Segue-se uma noite de alegria, de muitos copos, corpos e promessas não cumpridas.