quinta-feira, 5 de julho de 2007

LÍQUIDO ou LIQUIDO?

Na bomba de gasolina perguntam-me: -Precisa de recibo? O que é que respondo? Digo que NÃO e o gajo diz que sou um porreiro MAU cidadão, digo que SIM, para deitar fora, o homem pensa que sou maluco, ou chato, né?
Digo que sim, que não preciso mas que o estado blá blá blá blá, obrigado.
Olho para o dito e… 21% d’IVA lá cantam. Ganda negócio! Dei 1/5 ao estado, só? Parece-me que não, pelo menos é o que dizem as desgraçadas das gasolineiras. Será verdade? O recibo pelo menos nada diz sobre outras alcavalas. O Estado, é uma pessoa de bem, se assim fosse com certeza que diria: tanto para isto, e mais tanto para aquilo. Não diz, e se não diz, o gasolineiro é um ganda aldrabão que anda a encher o cu de dinheiro.
Tal como o tabaco e as bebidas.
E a BRISA mais as “PONTES”? Têm lá escarrapachado que se quiser recibo tenho que pedir! Porquê? Será decerto porque eles não fogem ao fisco, são pessoas de bem, não são com’ó galego das bifanas ou o merceeiro, estão acima da lei. Acima da lei com o consentimento do estado.
Até aqui tudo bem, só poderei ter suspeições esquizofrénicas de favorecimento, facilidades vá lá, o latino fechar de olhos, escandaloso ballet rose da economia que prenunciou uma queda de quarenta anos de poder musculado.


Agora a história é outra, assisto ao desenrolar de um thriller à maneira de transformer, ao ganhar de musculo de um governo que de promessa/esperança se proclama em messiânico salvador.
É um sacar vilanagem! Atente-se ao posso quero e mando, por exemplo: Sobre a aquisição de um bem acresce o Imposto sobre as Viaturas (ISV), antigo Imposto Automóvel (IA), acresce também sobre esse bem o IVA, só que o IVA é cobrado sobre o bem e sobre o ISV, esperto, não é? Vamos lá a ver se a cambota não lhes sai pelo escape, como a esperteza pelo cú.
O clube dos super-heróis apalpa e avança de acordo com a estratégia de um resguardado guardião
-Fiat lux, diz socraticamente um Luxor, e algo corre mal, as trevas adensam-se:
Gonorreia de Campos salta para a ribalta, moderando o que não é moderável, tratando-nos competentemente da saúde como lhe não compete;
Milu Rodrigues dispara a sua teia ensinando e mal o que já estava esquecido, surgem bufas asquerosas por todo o lado, é tanto o tiro no pé que duvido que ainda lhe doa;
Teixeira dos Diabos lança maroscas linianas subindo IVAs, sobre taxando ao arrepio comunitário ;
Malino, qual camelo, não ota nem desota mas lança perdigotos além da bota, desertifica, desacredita-se.

Irrita-me que castos indignados se indignem com o direito à indignação, que se alterem as leis do jogo a meio dele, como é o caso das reformas, que à pala de uma gestão rigorosa se atirem para trabalho forçado pessoas doentes para morrerem agrilhoadas pela angústia a doenças terminais
Quando olho para o meu recibo de vencimento, vejo deduzido do chamado “ilíquido” uma substantiva quantia para o IRS, aposentação, assistência, e sei lá mais o quê. Depois aparece uma parcela a que chamam o ordenado “líquido”.



Será líquido porque o vejo escoar por entre os dedos logo que o recebo?
Ou será liquido porque rebento com ele em menos de um pau de fósforo?

4 comentários:

psique disse...

acho que é as duas coisas...
beijo.

Erecteu disse...

Pois é, tanto faz :)

Maria Arvore disse...

Como até protestar já dá direito a ser processado, estamos num estado gasoso e por isso, o ordenado só se pode evaporar.;)

Erecteu disse...

maria,
e a todo o vapor :)
Compõe-te que já lá vou ter.