sexta-feira, 5 de janeiro de 2007

O orgulho de ser…

pORTUGUÊS

Naquele tempo um pequeno país tornou-se grande quando atrevidamente um povo saiu à rua, atrás de trinta capitães, por sua vez à frente de trinta chaimites e trinta dúzias de soldados.
Foi uma bronca –caiu o Carmo- felizmente salvou-se a Trindade mais a Portugália.
Cum catano! EnLataram o Caetano mais o contra-Almirante de Belém, exportaram-nos prá Madeira, a caminho de um país fraterno, abençoado por quem ? –por Deus!
Deus Thomás e Marcello lá se foram e nós felizes por cá ficámos despreocupados mas atentos e popularmente organizados.

Atentíssimos:
À Junta de Salvação Nacional -enviámos General de monóculo e tudo para a franquíssima Espanha, que então garrotava os indisciplinados etarras;
Escaldados com primaveras marcelistas atalhámos verão quente;
Saímos à rua em Novembro e voltámos, depois, ordeiramente para casa; perdemos o camarada Vasco mais o Clemente e um Salgueirito mas ganhámos um ganda Ramalho;
Constituímos uma nação Socialista, cantando e rindo: PAZ, PÃO, SAÚDE, HABITAÇÃO;
Elegemos um Governo Democrático que remeteu o socialismo para uma gaveta;

Foi uma espécie de milagre das rosas:
Escapámos aos perigos das falsas promessas do estalinismo e vivemos hoje, abundantemente o europeísmo. Esforçamo-nos incessantemente, em vão, para nos destacarmos.
Quando quase obtínhamos uma posição dos mais menos, eis que os nossos parceiros alargam a comunidade para 27. Porra é demais!
Mas, nós somos um povo lutador. Não são uns quaisquer latino Romenitos que nos tirarão o nosso lugar na história; os Búlgaros que se cuidem não nos baterão em “bulgaridades".

Guiados socraticamente prosseguiremos confortados pela palavra, pelo olhar, pela firme candura do nosso querido e estimado líder, que de reforma em reforma, até um final, dá o exemplo da construção de um regime liberal, competitivo, rumo a objectivos que fazem roer de inveja, os atrasados países, ainda atracados ao estado social.

Professores, médicos, bancários, servidores públicos, OPERÁRIO, MILITARES E CAMPONESE, unidos, hão-de oportunamente valorizar uma época de gloriosa concertação de poder. Aníbal e José, despidos de ambição, alheios às críticas das respectivas bases de apoio, ultrapassando os seus ideais, dão mãos a favor dum povo ingrato, mal habituado, para não dizer de maus costumes.


A convergência de centro esquerda de Aníbal acolhe o cândido José de centro direita, espadanando contra os infiéis, sem se atemorizarem com hordas ululantes.



Se soubésseis quão difícil é governar…
Mas, julgam que é por prazer que um Governo trai a palavra, dada a quem lhe legitimou o poder?
Bom vou deixar-me desta merda de lenga-lenga, que só veio a propósito desta notícia:


A Administração Fiscal não conseguiu cobrar 1,6 mil milhões de dívidas porque os contribuintes provaram que tinham razão. Relatório do Tribunal de Contas mostra várias ilegalidades nas contas do Estado.
IN
Sexta, 5 de Janeiro de 2007


Vêem como, com inexcedível zelo e parcimónia tomam conta de nós?
PAGUEM E NÃO BUFEM, SERÃO MUITO MAIS FELIZES

6 comentários:

damularussa disse...

Mas olha que bufar é saudável, evitam-se os avc's:-)

Bom fim de semana

Beijocas

Joana disse...

Pois... :( Nem sei bem que dizer, mas gostei da descricao espirituosa de um pais tao tristezinho, coitadinho...

Jinhos.

DF disse...

Quem fala assim não é gago! Mesmo! E só digo isto devido ao adiantado da hora...:) Bjs

Maria Arvore disse...

Como o prometido é devido e o Governo falta nessa parte, só podemos rescindir o contrato. ;)
Ou no entretanto, gritar "isto aqui é uma data de ladrões, uma data de gatunos, uma data de chupistas".

Maria disse...

Mas a culpa é nossa... Em vez de reclamar devíamos formar movimentos civis e mostrar que não estamos em coma...

beijinhos da tua bolachinha*

*e viva Portugal, 'tadito, enfim, pois é...

Lara disse...

Eu já nem digo nada! :|

beijoooo