Foi um triste dia; fim de festa que decorria tão animada sem nada lhe faltar pois farra onde Dionísio metesse o dedo era sucexo garantido que nem Baco alguma vez se lhe assomou aos calcanhares.
Pensava eu ter escapado quando, minha mãe Geia m’acuda, o céu se iluminou e aos meus pobres tímpanos chegou tremendo arroto trovejante:
-Quod vadis?
Estaquei, se rabo tivesse entre as pernas estaria com toda a certeza, balbuciei: Quo quê? !!!
–Qual é a tua meu?
-Há!
-Então já nem se dá vaia?
A coisa estava a compor-se, mal por mal prefiro a sua bipolaridade, à esquizofrenia...
–Por quem sois, só não queria incomodar os teus pensamentos...
Largou um muxoxo à laia de sorriso, e convidou: -Puxa d’um calhau e senta-te aqui.
Que remédio... lá se ia a colheita d’azeitona pó galheiro! Fiz um sinal à Afroditinha pedindo um minutinho mas a cabrona virou-me as costas e lá se foi meneando as anquinhas.
O sol a pôr-se, a estrela do pastor a vir-se e o gajo... moita carrasco, qu’é como quem diz, pois lá voltou às falas com os botões ainda por inventar! De rompante:
-Olha estou a pensar em deslocalizar esta merda.
- Deslocaquê?!!!
-Bazar d’aqui pa fora, homem! Fazemos as malas e ala p’á itálica.
Cá pa mim o gajo nã podia, memo, soprar o balão!
-Eréchtheion, isto está pela hora da morte, já ninguém nos dá crédito e não tarda nada temos o FMI à perna, já tenho quase tudo hipotecado só me resta o monte...
-Qual monte?
-O Parnasso, qual havia de ser. Prepara-te, e diz à tua malta para fazer as malas.
-Tá bem tu mandas, Zeus.
-Olha a partir d’agora tratas-me por Júpiter, tá?