quinta-feira, 30 de novembro de 2006

Ainda o pátio

Pois em frente é o Manuel Carvalho, o Carvalho como muita gente lhe chama. Homem medonho, isso mesmo de H grande. Não há porta em que não se agache, talvez pelas porradas que deu numas tantas. Não pensem que é só pelo tamanho. E a cara? A cara naquela cabeçorra é de impressionar qualquer um de vincada que é, do sobrolho franzido, azul ainda que sempre de barba escanhoada a preceito. E as mãos, qual mãos, as patorras! sempre semicerradas como que a partir para coice de mula nascendo daqueles pulsos fortes que nem troncos! Vá lá alguém meter-se com ele! Força, coragem experimentem dirigir-lhe a palavra, seja só perguntar-lhe as horas. Viram? Viram como é? Aquele sorriso que se abre, a cara de criança que compõe para: 10 ¼, somente. Viram como o olho se ilumina por tão-pouco e como tarda a esmorecer até voltar ao seu ar de tritão? É esse o Manel Carvalho. O que é conjurado para a meninada comer a sopa mas que os arrasta a seu lado na fanfarra. Bum, bum catrapum pum pum aí vai ele na charanga dos bombeiros, passo certo como os demais, de capacete brilhante, empurrando o bombo com a barriga. O bombeiro Carvalho já desde gaiato, o primeiro a acudir, à sirene sem a deixar calar. –Rais parta o diacho do moço! comentário d’um eterno segundo a chegar. Isto… até ao dia em que abalou prá tropa porque foi bombeiro e mecânico voltou. Agora…, agora ficou mecânico e em terra que o comandante o quer na retaguarda. Pobre Manel. Mas avante que em frente também fica À’delaide que como convém para a história pequenina tinha de ser. Ah a Adelaide, que mimosa, que gracinha! Chega-te a ela, vai lá vai…!

terça-feira, 28 de novembro de 2006

O pátio é meu.


É o sentimento inconfessado de todos - -transversal, como agora se usa. E isso é mau? Nem por sombras. O sentimento de posse alimenta o ego. Mas se todos o usam, não há problemas? Claro que não. A concessão do uso, da partilha, fá-los sentir enobrecidos. O assunto é que é tabu. A mínima alusão à propriedade redundaria em catastrófica guerra civil. Posto isto, adivinharão com certeza que o pátio é um enclave do céu na terra. Mas não adivinharam, não senhor; trata-se simplesmente de uma questão adiada.
Ali, a mais antiga é a Vitória que teima pertencer ao dito quando vive para lá dele, lá para trás; no pátio só tem a arrecadação que não usa nem deixa usar. Nem a força de todos juntos a consegue demover, fará os argumentos solitários que foram lançando. Dizer que ela não ouve, não corresponde á verdade, ela ouvir ouve tudo direitinho só que a resposta é imbatível; olha, cerra os lábios, semicerra os olhos e: –Passe bem vizinha ou vizinho consoante o caso. Depois é vê-la afastar-se semicurvada mas tesa, silenciosa, como se de alma penada se tratasse.
O Alfredo mais a São já para ali estão desde o tempo em que o pátio ainda não o era pois a casa do Victor mais da Graça ainda não existia e assim sendo o que é ainda não era. Ficam logo ali à direita, ou á esquerda dependendo se falamos de entrar ou de sair. Na deles aparece a primeira luz do dia, ainda que, claro, de noite se trate. Acesa a luz sai a Ti São enrolada no xaile para atravessar a estrada e regressar com uma braçada de lenha e algum ovo no bolso da bata ou do avental - desculpem a imprecisão que no escuro não dá para distinguir. O ranger do portão nesta ida e vinda, dá o sinal a Ti Alfredo para saltar da cama, passar pela cara a água colhida da bacia de esmalte e de seguida limpar a face com a outra mão enxuta; a mão molhada, essa passa-a pela nuca dando assim por terminada a higiene matinal, ritual que já cumpre mesmo antes de se ajuntar á sua Conceição. Barba, perguntam vocês muito bem, isso é conversa para dia santo. Em frente deles, em frente deles fica para outro dia se disso me lembrar porque ou o sono puxa o tédio ou o tédio o puxa a ele.
Boa noite e façam o favor de descansar. Nada de galdérices que amanhã é dia de trabalho.

centésimo quinquagésimo

a chuva parou, não foi?

segunda-feira, 27 de novembro de 2006

O PAPA VAI JOGAR FORA

Pensem lá bem.
Pensem vá lá.
De onde vai jogar advertem,

vamos não custa tentar,
Ferro e fogo a direito dará,
Terra que n’Europa quer entrar

É Constantinopla? Não!

É Ankara do Kurdistão

Os estados da CEE (nem todos) preparam a adesão da Turquia á comunidade.
Que Turquia?
A aliada membro da OTAN, um mercado interessante a médio prazo, uma ponte para o mundo islâmico?
Ou
O estado autoritário, corrupto, persecutório de minorias, violador de consciências, autista, cego e mudo face a um Kurdistão ou à Arménia?

domingo, 26 de novembro de 2006

estes 3 pariu m@rio.ces@riny que partiu

O Raul Leal era
O único verdadeiro doido do "Orpheu".
Ninguém lhe invejasse aquela luxúria de fera?
Invejava-a eu.
Três fortunas gastou, outras três deu
Ao que da vida não se espera
E à que na morte recebeu.
O Raul Leal era
O único não-heterónimo meu.
Eu nos Jerónimos ele na vala comum
Que lhe vestiu o nome e o disfarce
(Dizem que está em Benfica) ambos somos um
Dos extremos do mal a continuar-se.
Não deixou versos?
Deixei-os eu,Infelizmente, a quem mos deu.
O Almada? O Santa-Ritta? O Amadeo?
Tretas da arte e da era.
O Raul eraOrpheu.



de "O Virgem Negra" por M. C. V.

(Mário Cesariny).

PASTELARIA
Afinal o que importa não é a literatura
nem a crítica de arte nem a câmara escura

Afinal o que importa não é bem o negócio
nem o ter dinheiro ao lado de ter horas de ócio

Afinal o que importa não é ser novo e galante
- ele há tanta maneira de compor uma estante

Afinal o que importa é não ter medo:
fechar os olhos frente ao precipício
e cair verticalmente no vício

Não é verdade rapaz? E amanhã há bola
antes de haver cinema madame blanche e parola

Que afinal o que importa não é haver gente com fome
porque assim como assim ainda há muita gente que come

Que afinal o que importa é não ter medo
de chamar o gerente e dizer muito alto ao pé de muita gente:
Gerente! Este leite está azedo!

Que afinal o que importa é pôr ao alto a gola do peludo
à saída da pastelaria, e lá fora – ah, lá fora! – rir de tudo

No riso admirável de quem sabe e gosta
ter lavados e muitos dentes brancos à mostra

Nobilíssima Visão (1945-1946), in burlescas, teóricas e sentimentais (1972)

CONTRA DICÇÕES

Dr.
dói-me o peito
do cigarro
do bagaço
do catarro
do cansaço
dói-me o peito
do caminho
de ida e volta
do meu quarto à oficina
sem parar
sempre a andar
sempre a dar
dói-me o peito
destes anos
tantos anos
de trabalho e combustão
dói-me o luxo
dói-me os fatos
dói-me os filhos
dói-me o carro
de quem pode
e eu a pé
sempre a pé
dói-me a esperança
dói-me a espera
pelo aumento
pela reforma
pelo transporte
pela vida e pela morte.
Dr.
já estou farto
de não ser
mais que um braço
para alugar
foi-se a força
e o meu corpo
é como o mosto pisado
como um pássaro insultado
por não poder mais voar.


Dr.
eu não sei ler
os caminhos
por dentro
dos hospitais
mas alguém há-de aprender
entre as rugas do meu rosto
o que não vem nos jornais
e não há nada no mundo
nem discurso
nem cartaz
capaz de gritar mais alto
que as palmas das minhas mãos
que o meu sorriso sem jeito,
Dr.
Dói-me o peito…
José Fanha, Eu sou Português aqui, ed. Ulmeiro

sábado, 25 de novembro de 2006

Dia_positivo 8


Mesa a preceito. Toalha de xadrez outrora vermelho e branco, um pouco puída, escondendo a cor da mesa, não acusava a viagem; nem um vinco! A penumbra ía vencendo o que restava da luz, agora pendurada no céu onde castelos de nuvens empardeciam. Preparado o cenário, passemos à luta: Não vó, sopa não, em insistências pungentes não demoveram à’vó. –o determinado: –Só esta. sobrepôs-se às palmadas nas coxas com que Nereu reforçava –Sopa não vó. As duas primeiras foram dele, é verdade; mas as outras foram pelo pátio. –Esta é… pela Graça, esta ééé… pelooo…, o arrastar reticente das palavras tinham o efeito mágico de lhe entreabrir a boca, pelo Manuel Carvalho que é… mecânico e lá ia outra por goela abaixo – Mecânico? de quê? –Ora essa! de carros pois! assim continuaram naquele entremeado ora abre a boca ora desvia a cara de lábios arrepanhados. –Mas foi e toda!: AVÓ 1 / NEREU 0.
Sim senhora! Rematou Maria, mais regalada que triunfante, ao levantar-se para ir buscar a costeleta e as batatas fritas abafadas no fogão. No caminho deu à luz, convencido o dia em dar lugar à noite, a sala foi afagada por uma claridade amarela que as vinte e cinco velas ofereciam. Para não cansar: AVÓ 2 / NEREU 0, resultado de uma segunda parte de um jogo fastidioso. Por fim, o coelho que esfriava poude confortar Maria. Retornada à mesa com o, prato entre mãos, levava ainda meia pêra que Nereu teria de roer. Sentou-se e antes de atacar, ao prato deu uma volta inteira para, não se entende, na mesma posição ficar! Nereu debicava, Maria entre garfadas mirava-o meio absorta. Resultado deste prolongamento? MARIA 0 / NEREU 0, ou empate técnico como Absinto diria.
Finalizada a refeição deitou a mão ao candeeiro a petróleo, apagou a luz e voltou a sentar-se de costas apoiadas na parede. Nereu não tardou. Rabo no banco depositou a cabecita no colo d’avó; ao remexer no cabelo e ás pontas de dedos aflorando a cabeça, respondia cavando as pernas com a o nariz, á outra mão afagando as costas, respondia um serpentear do dorso, assim para ali ficaram aquelas duas almas tagarelando, tagarelando, sei lá sobre o quê.
O frio foi-se instalando e o sono chegando. Ereneu lá foi nos braços da avó para a cama. Ao depositá-lo, Maria sentiu-se apossada pelas mãozitas que se apegavam. Olhos entreabertos: -Vó contas uma história? Maria tapou-o, deitou-se a seu lado, puxou para si a coberta, começou: Era uma vez…, e sentiu a respiração pesada e quente do neto.

volvendo os olhos pra Nereu,
mas que dia!


ut parvus est

sexta-feira, 24 de novembro de 2006

Cem anos teria o professor Rómulo, poeta Gedeão

Faço um grande esforço mas não consigo imaginar que poema escreveria o professor Rómulo a Maria de Lourdes Rodrigues.

"Poema da malta das naus"

Lancei ao mar um madeiro,
espetei-lhe um pau e um lençol.
Com palpite marinheiro
medi a altura do Sol.

Deu-me o vento de feição,
levou-me ao cabo do mundo.
pelote de vagabundo,
rebotalho de gibão.

Dormi no dorso das vagas,
pasmei na orla das prais
arreneguei, roguei pragas,
mordi peloiros e zagaias.

Chamusquei o pêlo hirsuto,
tive o corpo em chagas vivas,
estalaram-me a gengivas,
apodreci de escorbuto.

Com a mão esquerda benzi-me,
com a direita esganei.
Mil vezes no chão, bati-me,
outras mil me levantei.

Meu riso de dentes podre
secoou nas sete partidas.
Fundei cidades e vidas,
rompi as arcas e os odres.

Tremi no escuro da selva,
alambique de suores.
Estendi na areia e na relva
mulheres de todas as cores.

Moldei as chaves do mundo
a que outros chamaram seu,
mas quem mergulhou no fundo
do sonho, esse, fui eu.

O meu sabor é diferente.
Provo-me e saibo-me a sal.
Não se nasce impunemente
nas praias de Portugal.

António Gedeão in "Teatro do Mundo", 1958

quinta-feira, 23 de novembro de 2006

TLEBS - SABE O QUE É?



"A profe também anda bimba com a cena, parece que não topa peva, é assim uma cena toda nova. Aquelas gaitas ca gente teve de encornar - os adjectivos, os verbos, essas cenas, 'tás a ver - agora tem tudo outros nomes, bué de compridos e depois cada cena com uma data de nomes."


(…)" e "núcleo(s) de grupo nominal com função de complemento directo e modificador(es) adjectiva(is) em posição de atributo", nem o Estripador! Nos meus tempos de estagiário li uma vez numa participação policial que alguém fora mordido por um "animal canídeo do sexo masculino, vulgo cão". Diz a TLEBS que cão é um "nome comum, contável, animado e não humano" (soa como o "robot" da "Guerra das Estrelas" a falar). Acho preferível a versão do polícia .

Estes gajos endoidaram, definitivamente.

quarta-feira, 22 de novembro de 2006

Dia_positivo 7


Esfregando as mãos ao avental ficou embevecida a olhar a folha que o neto lhe estendera, feita parva, enrolando o papel que ganhava jeitos de amachucado. -Oh! oh meu filho, com'é que fazes estas coisas lindas, como? – Faço! E se mais disse foi – E agora o que é que faço? os putos são assim, não há nada a fazer; nem uma pitadinha de reconhecimento pelo reforço afectivo, e lá voltou –Atão o que faço agora? – Vai um bocadinho até à janela. Isto há cada uma! Num virote, aqui vou eu Nereu, mas… – Espera, filho espera; e vai de meter uma cadeira virada ao contrário junto à janela. – Assim não há perigo, mas tem juízo, “ouvistes”; Nereu olhou pra ela, pr’á janela, pr’á cadeira, avaliou rápido e zuc, não era o piloto mas de passageiro servia. Apanhado o avião em pleno voo lá foi ele. Por vezes, passando alguém na rua, já lá não ia, perdida de vista a distracção a ele voltava viajando entre nuvens, direcção ao sol que se punha por cima da casa de Vitória. -Prá mesa, lavar as mãos.

O sol não cai depressa mas caindo cai.
E ele foi indo, já não correu.

100 + 0 (II)

metamorfose

terça-feira, 21 de novembro de 2006

Dia_positivo 6

O desenho

Almoçados como piscos, ambos diminuídos pelo cansaço e pela natureza de Nereu, cumpriu-se o destino traçado. –Fazer a sesta, disse Maria a caminho do quarto onde correu as cortinas após o que desceu para arejar alguma roupa, onde o primeiro desentendimento estalou. Nereu ouvia: uma que tinha sido a Rainha Santa, a outra que a N. Sra de Fátima é que era; o é não é foi-se e para ali ficaram cada uma com a sua. Às tantas, sem se saber como estavam aquelas duas para ali sentadas no bataréu: -ali é a Adelaide mais o Manuel Carvalho, ali a Ti São mais o Alfredo, lá pra trás a Vitória. –E vossemecê? –Eu? Sou aqui! apontou com o polegar para trás das costas. Não!!!, qual é a sua graça? –Ah! Eu sou a Graça e riram, riram como se de grandes amigas se tratasse, -E, e … o meu homem é Victor e continuaram a rir como gaiatas. Com pouco mais do que isto a hora adiantou-se. Cada uma fugiu par’a sua, sem que antes de entrarem se acenassem gostosamente.
Deu com Nereu sentado na cama brincando com uma caixa como se fora um carro. –Dormiste filho? –Estou de castigo? –Dormiste? –Um pouco, um pouco mentindo. –Estás sim senhor. –Qual é? –Não podes ir par’á janela. –Hã. Não há hãaa nem meio hãaa. Sentiu-se safo, aliviou; a nuvem negra que pairava desvaneceu-se.
Maria pôs-se a distribuir as coisas por onde entendeu. Não eram muitas felizmente (?), tudo ia ganhando o seu lugar; -Vó o que faço? –Brinca filho. –Já brinquei tudo! –Faz um desenho pr’a vózinha. E foi-lhe buscar a caneta e um bloco. Ele fez.


-Vó é pra ti apareceu ele de folha na mão.

segunda-feira, 20 de novembro de 2006

Portanto

..." quem quer que pretenda escrever sobre erotismo tem de fazer uma escolha prévia. Se quiser evitar produzir sensações e emoções eróticas tem de utilizar as expressões científicas ou as da etiqueta quotidiana. Se, pelo contrário, quiser evocar as emoções eróticas e praticar a fenomenologia, a certa altura tem de deixar a linguagem científica e médica para usar expressões mais comuns, quotidianas, até ordinárias, mas capazes de evocar a experiência."...

100 + 0



domingo, 19 de novembro de 2006

O Erecteu aprendeu


Como já havia prometido sobre pixotas não vos "menta". Nunca vos menti nem torno a mentir. Sim porque sou um gajo honesto – e com O grande; por isso devo-vos uma explicação pra porra do livro que comprei.

Ía eu ao Jumbo da Buraca (se de sexo se tratasse Jumbo da Vagina, tá?) e logo à entrada vejo um senhor que conhecia mas não sabia de onde; educado como sou e farto de que pensem que tenho a mania da superioridade , dei-lhe um bacalhau. –Ora como está o Senhor… Fernando? O tipo faz-me uma cara de cu (ânus),de olho bem peludo; vi que tinha dado barraca. –Malato quer você dizer. Tinha mesmo era o MALATO em banha e osso! Estou fodido (copulado), como saio desta? –Pois Fernando Mala… -Não. José Carlos Malato. -AH pois desculpe lá, vai um salgadinho ou docinho? -Huumm… revirando os olhos e espremendo o olho (esfíncter) cabeludo -estava safo. Lá fomos e não descolou.; não descolou ele nem eu que vi a oportunidade de aparecer na TV. Fomos e logo à entrada –Vamos dar uma volta pelos livros? Sim Sr Engº. –Deixe-se dessas (sic) merdas (excrementos). O gajo desata a sacar livros pr’o carrinho, entre cada livro olhava pra mim e eu sem saber que fazer, lá ia pegando num e noutro, como ele, quando me vem com –Este deve ser muito bom, tenho-os todos;. deitei-lh’olho e pela capa e plo titalo, resolvi-me:
-Levo este pra juntar à minha biblioteca. Vou prantá-lo junto à colecção encadernada do Vilhena.
Boa seca. Nem bonecos tem! Desculpem lá o Erecteu.
contudo todavia porém, lá fui lendo: 2. Linguagem ordinária e científica

sábado, 18 de novembro de 2006

Dia_positivo 5



Mãositas aflitas procuraram o parapeito e assim se sumiu para dentro. Maria correu; num passo galgou a escada noutro estava no quarto e Nereu já tinha uma tremenda palmada no rabo. – Estranho prémio para insuperável acrobacia aérea, merecedora de ficar nos anais da história! (como aliás nesta ficou) Coisas da vida.
Maria reforçou o prémio com: –Ficas de castigo. E mais não disse, depois de fechar a janela. Nereu, de rabo a arder, ainda assustado, para ali ficou; do castigo não sabia nada.
Maria, essa chegou-se à chaminé, remoendo palavras, olhou pró fogão mas decidiu-se pelo Hipólito, fogareiro a petróleo, que carregara. Tacho ao lume água sal, cebola de cravo cabecinha cravejada, esperava pelo ferver; lá de baixo: Oh vizinha, -trejeito de cabeça que soltou uma mecha do cabelo já mal apanhado. Oh vizinha, -encolher de ombros. Oh vizinha maRIAAA!. –espreitou à janela. O menino? –Vai comer. –Está bem? –Está de castigo. OOOH. Fechou a janela.
Arroz dentro, dez minutos de fogoforte mais tarde, estava pronto ; num ápice aqueceu o coelho que não quisera deixar para trás sozinho; acompanhado viera já guisado com as ervilhas cenoura, muita cebola, tomatito e raminho de hortelã.
-Pra mesa, vai lavar as mãos. -Aonde? -À casa de banho. -Aonde? -Arre o garoto! ao cimo da escada, rais parta. Erecteu… correu, abrandou ao passar pela avó, acelerou de novo direito à porta.
Tinham casa de banho.
TINHA CASA DE BANHO!

SEXO E AMOR


O Erecteu está com um problema, não sabe o que há-de fazer à pixota.

Já recoreu a tudo e a todos:

  • Começou por ele próprio, desde muito cedo. A memória que tem do prazer que teve ao explorar o que tem a separar a perna direita da esquerda, é de tal modo remoto, que ele não vos diz. Chamavam-lhe mentiroso. (não é que não o seja mas neste particular e só neste, promete não vos enganar).
  • Recorreu a mulheres: amigas, desconhecidas e (esporádicamente) a trabalhadoras por conta própria, sem contabilidade organizada, não sindicalizadas, sem tabela fixa. Finalmente:
  • Recorreu a amigos intimos. Sim qual é o espanto? A AMIGOS INTIMOS, repito. Mas esses...

Foi, por exemplo, assim invarávelmente como se tivessem combinado:

-Eh pá isto da pixota... tiriritiriri, o que é que achas?

-Corta essa merda e deit'á fora, só te traz problemas.


concisamente. nem cu me ofereceram

fffffffff


RESOLVI ENTÃO:

Desatar os colhões à bolsa -13,46 € pró caralho, a tentar perceber a pixota.

mas... só vou ler a primeira parte, a do sexo.

se quizerem saber o que já "seio" apalpem aqui.

para ler 1. Sexualidade e amor

sexta-feira, 17 de novembro de 2006

Dia_positivo 4

...
Entre as caminhadas, na última: -Bom dia Vizinha. Maria “confrontava” pela segunda vez uma vizinha. –Como parece cansada! Dirigia-se-lhe uma mulher com traços ainda de garota que assomara à porta colada à sua. –Bom dia menina, um poucaxinho. Olho nela olho em Nereu que as observava do avião. –até já. –Mas espere, não precisa de nada? Do alto sons de um avião, -Cuidado é perigoso. Resposta: momices e trejeitos de gaiato que não eram só par’avó. -Vai estando na hora de comer, não querem uma sopinha, ainda feita ontem? Maria estacou, encarou-a de frente –Oh messa! –Para o menino, vá lá não s’acanhe. -os motores troavam reclamando a atenção, braços em asa balançando como que a celebrar a vida –MALVADO, pra dentro já. , o voo continuava agora em voltas apertadas e ensaiando um mergulho desequilibrado. Uma fracção de segundo uma dor de coração em duas mulheres! Um em dois soou um grito lancinante ao verem apontar cada vez mais perigosamente ao chão o avião em voo picado.

Jovem piloto atrevido em avião de asas de geometria variável, digo eu.
Nereu com asas de anjinho viram elas.

...

in ADN

Hoje é dia de festa

Astronomy Picture of the Day
muitos, muitos, bon-bons para sempre

Qual dilema qual quê.

Artes ou ciência, Porquê?

Artes & Ciência, Porque não?

quinta-feira, 16 de novembro de 2006

NÃO ESQUECER DE PAGAR O SAPO ADSL

NÃOESQUECERDEPAGAROSAPOADSLNÃO ESQUECER DE PAGAR O SAPO
NÃO ESQUECER DE PAGAR O SAPO ADSL NÃO ESQUECER DE PAGAR O SAPO ADSL NÃO ESQUECER DE PAGAR O SAPO ADSL NÃO ESQUECER DE PAGAR O SAPO ADSL NÃO ESQUECER DE PAGAR O SAPO ADSL NÃO ESQUECER DE PAGAR O SAPO ADSL NÃO ESQUECER DE PA GAR O SAPO ADSL NÃO ESQUECER DE PAGAR O SAPO ADSL NÃO ESQUECER DE PAGAR O SAPO ADSL

quarta-feira, 15 de novembro de 2006

Dia_positivo 3



Aberta a porta, para a direita, Maria que antes se benzera, preocupou-se em entrar com o pé direito, no mundo que se lhe oferecia.
Á sua frente uma escada como a que leva aos céus; íngreme e estreita por onde poucos passam, estranhamente curta; escasso cobertor, focinho burilado, espelho avantajado; alva de seu pinho, textura profundamente marcada de tanta lixívia. Mão no joelho para facilitar a escalada, ainda a meio não ía e já Nereu furava direito às portas que lá no alto: a da frente cerrada, a da direita oferecida. –à tição, tanta pressa pra quê?, ele zut, arrancou a quatro por ali acima, em sons indescritíveis, direcção à luz que o puxava, mais que buraco negro do céu. Ao assomar do patim, lá de dentro vinha –Oh anda, como que se aflito estivesse, o “vó anda” repetia-se reforçado pelo batuque no soalho a dois pé; espreitou semiofegante, a cozinha –Pára, olh’á viziINHA! em troca recebeu a precipitada investida de um abraço pela cintura. -como lhe sabia bem aquele rostinho quente, no ventre!
Para ali ficaram em balanço suave; Maria descendo os olhos da lâmpada que baloiçava para aquele espaço, ainda, estranho: fogão na chaminé, louceiro de portas de vidro! mesa pintada de azul ou verde-turqueza, plantada quase a meio, janela dependurada na parede do fundo como se um quadro fosse; Não vira tudo e já começava a mudar o sítio às coisas, olhos quase brilhantes. Ereneu, esse, já ía em tropel direito ao quarto do fundo, sem ligar à porta no pequeno corredor, talvez por sombrio que era. Foi lá ter, a satisfação arrepanhou-lhe o coração, agora sim brilhavam mesmo; cama de sobra pra dois, guarda-fatos, cadeira e até mesinha com duas gavetitas! ali era fácil: é só arredar a cama pr’á parede. –Debruçado, de barriga colada, na pequena janela, sentenciou: Parece um avião! –tem cuidado, filho, vou buscar o resto das coisas.

Assim desceu para subir ao céu mais duas vezes, só naquela manhã.

Incapacidade minha de comunicar

não me permitiu fazer o que queria


pique um e depois outro e...

é o que queria transmitir à autora

de tão louvável divulgação.


fica a brejeirice, resultado de uma tentativa falhada

segunda-feira, 13 de novembro de 2006

Dia_positivo 2

cada ponto de chegada é um ponto de partida
...
Como descrever aquele amontoado de casas predominantemente térreas confinadas por estrada e rua; abertas para pátios separados por muros que umas vezes eram outras não; que gente viveria ali e desde quando? uma família que crescera ao longo de gerações ocupando o terreiro, talhando-o em quintalitos ou pátios como mais lhe gostavam de chamar? O tempo, a seu tempo o revelará com certeza, ou melhor, talvez. Junto à rua contorcionada, varria um vulto negro, pá de zinco numa, vassourita descabada na outra mão. Rangendo foi-se levantando e rodando ao pressentir proximidade estranha. Quase erecta, inquiriu muda. –sou, depositando o carrego, a Maria Mota, como se a outra não o tivesse já adivinhado, de mão no rim, este é o Nereu –olha!, foi a resposta; -venham disse quando transpunha o muro por porta de tábuas rompido. É ali, disse.
Primeiro foram as duas viagens, para carregar até à porta semicerrada, ao canto, aquilo que afinal junto viera; depois, ao pôr a mão na aldraba de ferro, volteou a cabeça à procura… lá estava ele, ainda encostado à ombreira; só a cabeça franqueara o pátio, olhar perscrutando a pormenor, biqueira espetada cavando a terra, língua espetando, ora uma ora outra, as bochechas.
...

Dia_positivo

O caminho
O puto vivia o dia numa excitação incontida. Desde a véspera que ansiava pelo momento de ver finalmente a casa nova. Abraçando um embrulho de papel castanho lá seguia com a Avó, umas vezes à frente outras para trás ficando se carica ou lagartixa o chamava – anda Nereu, rais partam o moço praguejava a mulher; passo firme e ligeiro sem se render á velha mala e trouxas, uma à cabeça, outra batendo-lhe nas pernas a cada passo conquistado à distância. – oh vó ainda falta muito? – não meu filho é já ali. O puto ganhava alma e corria competindo com a bicicleta que passava -tá quieto Nereu olha que cais. Era assim desde que a velha, ajeitada a casa, o sol para raiar, fechada a porta e depositada a chave no vaso; mirada de soslaio, atacou os haveres distribuídos pelas trouxas e pela mala opada; equilibrada a primeira à cabeça agachada, era agarrar o que restava e subir, não fora Nereu ter-se colado ás costas prolongando o sono interrompido; -malvado miúdo, sorte a minha! Anda filho, vamos, não queres ir? bastou para se soerguer e porem a caminho.
O sol já ferrando os corpos, Oh vó é já ali quando? –Estás a ver filho, aquelas últimas casas? É já ali.
O puto de olhar subindo e iluminado: -é mesmo vó? Disparou a correr –olha que cais gritou.
–Diaxo do miúdo pensou sorrindo.

domingo, 12 de novembro de 2006

Por este rio acima

(aconselha-se acelerar a seca. carregue no +)
com o P dos balões




sábado, 11 de novembro de 2006

História edificantes para não esquecer tão cedo

ALI-BLÁ-BLÁ
Corta e cola daqui
Há algum, pouco tempo, lá para os lados do Rato, vivia Ali Só-Sócra, que ganhava a vida vendendo promessas nas aldeias próximas à sua.
Uma bela tarde, ao regressar a casa, viu uma grande multidão de oitenta mil pessoas carregadas com grandes preocupações que as puseram no ar num pequeno país.
Então, espertíssimo, Ali Só-Sócra viu a grande oportunidade ao ver o chefe Al Santló a aproximar-se da parede rochosa e gritar: - Abre-te Sésamo! Como que por milagre abriu-se uma grande fenda na rocha e apareceu uma enorme gruta, no interior da qual a multidão de oitenta mil pessoas descarregou as grandes preocupações e saíram.
- Fecha-te Sésamo!- gritou o chefe. A parede voltou a fechar-se e foram-se embora. Quando Ali Só-Sócra viu que a multidão já ia longe, correu para a grande rocha e gritou:
- Abre-te Sésamo! Entrou na gruta e viu, espantado, que ela albergava um precioso tesouro, proveniente dos roubos que outros homens vinham praticando nas cidades da região.
No dia seguinte, pedindo segredo, contou tudo ao seu irmão mais velho Ali Ferod.
Logo que a noite caiu Ali Ferod, sem dizer nada a ninguém, colocou os arreios e alguns sacos nas mulas e dirigiu-se à gruta, sonhando durante todo o percurso que era muito, mas mesmo muito sortudo.
Porém, quando tinha os sacos quase todos cheios das preocupações, os ladrões regressaram para guardar mais preocupações roubadas e, ao verem-no, pois não havia como esconder-se, atiraram-se a ele e resolveram perguntar à multidão quem é que tratava deles.
Preocupado com o desaparecimento do irmão, e lembrando-se da conversa que tivera, Ali Só-Sócra decidiu ir procurá-lo à gruta. Logo que entrou viu-o atado de pés e mãos, viu a chance de ser ele a tratar de encantar a multidão.
Porém, quando os ladrões regressaram à gruta e viram que o AL-Ferod se tinha evadido, logo pensaram numa maneira de o apanharem e a quem o ajudou.
- Far-me-ei passar por merecedor e irei bater de porta em porta em todas as cidades em redor. Porei um de vós em cada esquina e concerteza que os caçarei.- decidiu o chefe Al Santló.
E lá foram de cidade em cidade, consoante o plano que tinha forjado, até que chegou a casa de AL-Ferod e o reconheceu. De imediato lhe pediu alojamento, ao que este anuiu, sem desconfiar de nada.
Mas durante o jantar a criadita Malurod, ao passar junto das vasilhas, ouviu os ladrões a cochicharem:
- Estejam preparados, aproxima-se o momento de os agarrarmos!
Malurod correu a contar a Ali Só-Sócra a estranha coisa que tinha ouvido. Resolveram então tecer um programa de doces promessas e despejá-lo em cada pote aonde se escondiam os malvados ladrões. Estes deram à sola aterrorizados, com excepção do chefe, Al Santló que foi preso e entregue aos guardas do rei AL Josampa que lhe disse vai-te embora não te quero ver mais.
AL-Ferod, agradecido, comprometeu-se a dar metade da sua fortuna ao irmão.
- Agradeço-te, mas apenas quero a tua herança para mim. A outra metade pertence a Maluro, com quem me vou casar!

E casaram! Vivem muito felizes a pregar umas partidas à multidão.
Aos ladrões que fugiram e não lhe fizeram mal nenhum, deu-lhes emprego na ALI-BLÁ-BLÁ & Cia onde andam agora a vender o seu produto.

A multidão vive feliz por se ter livrado do Al Santló e anseia por pregar uma partida ao feliz casal, como prenda de casamento.

vitória, vitória começou a história

Bom fim de semana

como anda aí uma onda de revivalismo procurei ir um pouco mais longe.

pro menino.

e pra menina


( o Tomates acha que não tive muita receptividade.- Lá está ele outra vez)

sexta-feira, 10 de novembro de 2006

122/70, 1ª companhia

Sentados num desnível entre a parada e a caserna, naquele fim de tarde conversava um pequeno grupo. O que diriam naquela primeira semana de recruta? Conversas soltas seriam. – Oh nossos recrutas, bastou para pôr tudo em sentido, braços e dedos esticados, uns a ensaiarem uma continência outro à procura do quico, todos a tentar aplicar o que já deveriam saber. – Mas que vem a ser isto? – torniturava nada mais nada menos que o comandante da unidade. – a desrespeitar a farda sentados no chão? Tudo calado ouvindo a reprimenda, ouve-se – Oh senhor… - SENHOR!!! trovoou o Coronel – Oh nosso Capitão tire-me já o número desses gajos, quero-os todos à máquina zero e o fim-de-semana é por conta da casa; começaram a declinar o “nome e apelido” que agora tinham:
x/70, 1ª companhia, y/70, 1ª companhia, e por aí fora até ao convincente 122/70, 1ª companhia. Recebida a piçada, perdido de vista o “estado maior”: – Oh pá enganaste-te não és o 122! – e eles sabem qual é o meu número, caralho?
Sábado meio-dia via-se, pela última vez de cabelo intacto, riso contido, piscar de olho e acenar de mão disfarçados, marchar direito à porta de armas o Chico Zé Gordo.

Cântico de amor negro

"O XZ FOICE "
De Bolinha a Chico Zé Gordo, connosco cresceu. Foi o primeiro a ganhar o direito a ter o nome por inteiro:

FRANCISCO JOSÉ MARTINS DO VALE

O Primeiro:
inconformado
pervertedor
apaixonado
desbocado
chatarrão
ignorado
teimoso
carente
guloso
culto e
amigo
Sofreu e resistiu a dois atentados, caiu na última emboscada montada pela gadanha. Juntou no último acto amigos que nem as violas levaram. Viverá em histórias aldrabadas, por contar. Entregámo-lo ás valquírias que o levaram para onde, com ele, não mais haverá sossego.
Se estou chateado? Não!
Morreu como quis, com ele encavado.

quinta-feira, 9 de novembro de 2006

Denunciando erecteu 1


Tenho poucos amigos mas bons.
É fácil de apurar


2(C+J+J1+T+Z-1)=(-K+5)/2 »
» C+ J+J1+Z+K=5+1 »
» C+J+J1+Z+K = 6

(o constante K = Erecteu)
ora, feitas as contas de cabeça dá… dá 5. Seis? qual seis, K não conta para nada.
Cinco como os dedos da minha mão, é mesmo giro!


Bom mas isso é o que menos vos importa, adiante.
Telefono-lhe e o mula não me atende, sabendo eu que é coisa a que ele não resiste, pergunto-me se não lhe terá dado o treco.
Desmascarando Erecteu: o gajo é capaz do que não lembra ao diabo. Recuemos uns anos, situemo-nos em Vila Moira, onde eu trabalhava. Ao cair da tarde de um quente verão, a campainha desata a tocar sem mais parar; que remédio, enrolei-me à toalha e fui pingando até à porta. Ali estava ele de dedo afincado na campainha, o velho saco de cabedal aos pés, de sorriso velhaco armado. Voltei-lhe as costas e para a casa de banho voltei tirar o sabão; ele, foi entrando direito ao quarto do fundo, atirou-se com o saco para cima da cama feita de branco, cigarro preto nos beiços sem saber do cinzeiro, até me sentir ir para a sala… veio ao meu encalço e ferra-me com aquele exagerado abraço que não sei bem, se bem me sabe ou mais me irrita.
Libertado do laço oiço disparar: como é hoje? – Tenho que trabalhar; -ai é? Vou contigo. E lá veio carregando o saco das máquinas. Foi a dar-lhe: rãkiau e nossasenhoradorossio, olé, fados, aí fadista! até às quatro e meia da manhã. Despachada a seca e os – oh senhor, tire aqui mais uma, era hora de voltar. noite de brasa sufocante lá fomos até ao carro, Erecteu meio murcho, arrancámos, vem-me ele, voz muribunda e aroucalhada –estou-me a sentir mal –que tens? – Sinto-me engripado. Fecho a janela, ando cem metros, jesus! O tipo lançou-me a bufa mais podre que alguma vez testemunhei! Isso faz-se? Volve ele: respira pela boca matos. E foi até casa desbragado a rir sem parar.


Digam lá se não é nesta vida que ele tem que as pagar?

Não te impressiones minha pombinha


O que aqui vês, é só um banho de fantasia que encheria o saudoso prestige de platonismo.Fui adoptado, vá-se lá saber porquê, por umas amigas e uns camaradas virtuais que me têm mimado com muito do que gostaríamos, todos, de encontrar no mundo tangível.Tivesse eu poder e um dia pregava-vos uma partida. Fazia com que aparecêssemos numa clareira, em noite de lua cheia, lá para os lados do Gerêz.Alguém levaria absinto, outra petiscos a la mich, e todos histórias para contar.O que daria para rir! Afinal aquele é “lingrinhas”..., e olha aquele, afinal é aquela!Farráva-mos toda a noite!, um emprestava o casaco ao que tivesse frio, outro adormecia pela primeira vez no regaço de outro.Depois devolvia-vos.
Ao acordar tínhamos todos, todos,
tido o mesmo sonho lindo.

quarta-feira, 8 de novembro de 2006

Dedicado à Professora, minha amiga, Marie-Baum ;)

Nunca os entendi, confesso. Porque seria agora que os iria entender?
*
**
Depois de OITENTA MIL terem saído à rua,
.
agora, preparam-se para ficar em casa, esses e
muitos mais
.
dia 9 e 10 de Novembro
fazendo força para que a Srª Drª Ministra volte às origens




terça-feira, 7 de novembro de 2006

Ai Maria,


Tu queres streap!... Aqui vai:

1. Uso o pijama que o senhor me deu ou raramente uma "tshirt".
E tenho a mania que não sou alarve.
2. Começo por dormir à pontinha da cama (esqª ou dtaª, tanto faz, nisso sou um cavalheiro), dou a primazia às senhoras.
E tenho a mania que lidero.
3. Rolo os olhos pelo tecto (só falta assobiar); nessa altura penso como é bom ter um colchão mole que faz covinha pró meio.
E tenho a mania que sou atrevido.
4. Se não a aproveitam, viro-me a 3/4 subo um joelho e afloro a quente proximidade; segue-se um descomprometido passar de mão pela cintura; se a receptividade está adormecida... adormeço, “prontos”.
E tenho a mania que sou frontal
5. Não é por sistema, mas já dei o meu traque subversivo por baixo dos lençóis. Adoro quando é detectado. Tenho tido galhofa de luz apagada, ao melhor nível da camarata do colégio.
E tenho a mania que não sou porcalhão

6. Esta é de borla: Tenho a mania que dou noites inesquecíveis, estarei mesmo no “top ten”… RONRONO, ronroneio e tenho a mania que compenso!

Lá vai Erecteu tu é que pediste

Eu cá, digamos, não sou um "puro", nem um atravessado de pimba e de "chico - esperto". Por esta razão não chupo os puros, e os atravessados também – o recado está dado ouviste E. ? Passo a explicar: os puros têm a mania do tudo certinho; ele é o politicamente correcto, a defesa das minorias, a ética mais a moral, mais os direitos, mais o diabo que os carregue. Os "chico–esperto" esses variam entre a quinta a fundo e a tracção às quatro: calçam o sarcasmo, atestam de ironia, caixa de seis sabedorias para a frente, crítica para trás; escape livre que ninguém mais se ouve; e quando vêem alguém a querer opinar olham de soslaio pró retrovisor e metem-se a meio; aos que gostam de ouvir, mais do que falar, encostam-se à traseira e aí vai disto, simpaticamente, diga lá o que pensa, a sua opinião interessa a todos, vá lá fale homem!
Bom, estou meio apresentado para o pessoal que passa pelo “com menta”, (isto tem lá jeito só o Erecteu) chamo-me Tomás, Tomás sem z e com assento.
Estranharão ver-me aqui mas o Erecteu não me larga a braguilha: “então quand’é que mandas o mail (ele fala assim, hão-de reparar: quand’é, pra, prati… – patacolá digo eu! - não dá para morrer a rir mas é de rir, … (e eu contenho-me que o tipo fica logo de olhos baços se nos metemos com ele).
Bom íamos no mail. Tanto sarnou, sarnou que eu lá condescendi. Pedi-lhe o endereço, as palavras passe, mas quando vi o Blog, meu Deus, pensei: bela coisa em que me vim meter! E agora como é, recuo para as Berlengas? Estou no que não digo, que eu sou uma pessoa educada. Ainda por cima veio-me à ultima da hora com uma conversa esquisita! Que tinha outro blog e que talvez… Disse-lhe logo - Oh meu comigo é cá assim: ou é no "com menta" como tínhamos falado ou não é em nenhum lado, Lorpa será quem e para quem quiser!
Aqui têm! Se quizer que apague e eu ralado! Volto a pôr. Ou acaba com o blog ou muda as palavras passe; mas disso já tratei eu. E do que ele percebe de máquinas a ver vamos...
Ainda para mais sei eu o que ele queria: Criado para o ensinar a pôr música, vídeos, e mais não adivinho.
Não se preocupem que o lado chico resolve a coisa; a mim não me apanha ele! Que trabalhe, e é se quer. Ainda por cima, ia escrever para quem? Para o boneco está claro! Ele que escreva lá para as suas marias, mais duas ou três que nem saem da frente nem se metem debaixo; escrever para o boneco! Isso é que era bom!
Acho que vou andando. Enfio-lhe isto nos queixos, quando ele abrir o mail… tenho pena de não ser mosca para ver a cara do Lorpa, mas melhor vai ser quando abrir aqui o "com demente" ainda lhe dá uma solipampa.

post posta: Estou de boca pra nuca e de mãos atadas.
O Tomates teve a lata de postar isto?
O Tomates inventa e deturpa a porra das conversas que tivemos. No mínimo é insultuoso e volto à minha: teve um curto circuito ao nivel do lóbulo frontal e se não fez, devia fazer uma lobotomia. Numa coisa tem razão quando, com fastio, abri o mail qu' ele mandou e comecei a ler: passei-me. Mas numa coisa se enganou, se julgava qu'eu fazia delete. Gajos com'ele não me tapam a porra da boca. O Tomates par'aqui fica. O Tomás pra mim acabou, ponto final.

Manias que o blog tece

"Cada bloguista participante tem de enunciar cinco manias suas, hábitos muito pessoais que os diferenciem do comum dos mortais. E além de dar ao público conhecimento dessas particularidades, tem de escolher cinco outros bloguistas para entrarem, igualmente, no jogo, não se esquecendo de deixar nos respectivos blogues aviso do "recrutamento". Ademais, cada participante deve reproduzir este "regulamento" no seu blogue."


Como tenho a mania que não alinho em correntes... aqui vai.

tenho a mania que:
  1. o dia é curto em especial se for folga
  2. a verdade vem sempre ao de cima
  3. nasci com o cú virado pra lua
  4. toda a gente é amiga, até prova em contrário
  5. tenho hábitos e não tenho manias.

Avançam (?)

  • Marie-baum
  • Filipe
  • Diefe
  • Toix
  • Rui

que me perdoem, se poderem

segunda-feira, 6 de novembro de 2006

A quatro mãos

Qual a quatro mãos! O gajo pendura-se aqui, crava as quatro patas e eu acabo d'unhas capadas.
Vocês conhecem lá o bicho, nem vos conto. Pra já porque não sou do tipo de dizer mal dos amigos e depois, depois… não sei “prontos”. Ah já sei, depois não quero aqui maça-los com as pepineiras dele que é um chatarrão.
Para fazerem ideia: ainda hoje: estava eu, atrasado, a fazer o arroz com ervilhas toca o telefone, - será a Boa Derek? Uma merda, era ele. Ouvi-lh’a voz e pensei logo naquela da chamada que caiu, mas... sou um frouxo! – Oláaa és tu de novo, conta. –Sabes tava aqui a pensar o que devia escrever o que é que achas de… - cortei logo, ao ataque, ó matos tu –Não é matos é TOMÁS, - desculpa lá Tomás, é o vício; mas o que hás-de escrever é contigo, tá? disse o mais suavemente que pude. – Que é que achas de uma análise política ou social, bem não sei bem s’és de esquerda ou direita - já bufava e contorcia-me dum lado pró outro, o Anaca lá de cima: oh pai, almoçamos ou nãoOO? O gajo do outro lado –é pra… -e eu: Não sou de direita nem de esquerda sou torcido porrrra.
De repente dá-me o cheiro. Tenho de desligar, pá, tenho o arroz ao lume. – Tão tarde? –É tão tarde é, manda-me qualquer merda pró mail. – MERDA? – Não t’ofendas ma…, Tomates -TOMATES? –Desculpa Tomás, é que tenh’o arroz ao lume e o puto a chiar que tem fome gaita, manda-me isso pró mail, cat’é logo; e... em fim foi-se!
Vou pra cozinha, começo a servir o arroz grelhado com o Anaca, lá do banco, olhos ascendentes e lábios arrepanhados. –Acabrunhado, desculpa lá filho… -Não faz mal pai, bora lá comer. –Primeira festa do dia.
Há putos muita porreiros.

domingo, 5 de novembro de 2006

É imperioso ser INTOLERANTE, com a intolerância.


in Lusofolia
Faz dois anos
que mataram
Theo Van Gogh. Em sua homenagem, o seu filme Submission pode ser visto aqui.
// posted by Toix @
9:37 AM


a denuncia deve chegar tão longe quanto for preciso, independentemente de a intolerância nos ferir directamente ou não.

Mais do que o corpo, a consciência deve ser preservada intacta.

sábado, 4 de novembro de 2006

Oremos que é domingo


desconstrução de uma sociedade ou o streap tease dos preconceitos
- às Marias & Xs-
agradecimentos às marias que deram a dica
depois de um dia a partir tola, louros para o Anaca que fez isto enquanto coçava o dedo do pé

Gosto mesmo do sábado

Sábado é um dia porreiro, a segunda-feira está longe – é como um arrozal imenso há minha frente – mijo, sacudo, faço uma concessão à higiene: lavo os dentes e ala comprar o jornal – recuso-me terminantemente a dizer qual para não alimentar a guerra do SIM vs NÃO dos semanários.
De volta, 8:49 está mesmo bom! instalo-me no sofá, café tomado,
puxo de uma cigarrilha rolo-a nos dedos como se lápis afiasse, miro-a e acendo-a com volúpia.
Ainda não tinha completado a passa… TIRITIRIRI, toca o telefone! Olho-o de soslaio com ódio disfarçado, hesito, hesito e não resisto, (não vá dar-se o caso de ser a Bo Derek) – maldita ansiedade – não era; era o Tomás!
O que se segue já vocês sabem: - Olá Erecteu, não t’acordei pois não? Tu levantas-te sempre cedo. – por acaso não, deitei-me tardíssimo, mas não faz mal, ainda bem - e continua: que o jantar do outro dia foi porreiro, que tem falado muito de mim com o João, de quem ambos gostam muito e que, e que e mais que – já me remexo no posto quando: e então pensaste naquela ideia de escrevermos juntos? Ai agora é que as levas - Sabes ó Matos – Não é matos sou Tomás - Desculpa lá, sabes que… estive a pensar que, que… devias mandar-me um mail com uns textos pra gente ver.
Bardamerda pra mim froxo d’um cabrão.
Desligo o telefone, já não me apetece olhar pr’ó SOL.

OFENSIVO!




dois bons ementos de ataque

sexta-feira, 3 de novembro de 2006

Entusiasmo mal contido


god shave a raínha


in ADN



UFFF...!



SAUDADE (como não sei pôr música... fica a imagem da Cesária Verde -resta-vos trautear, por mim)

do olimpo veio a inspiração, se não veio, foi da casmurrice.

já podem fazer fila pr'a prantar o que vos aprouver.

Saudosos beijos e abraços.

ooo---ooo

AlôuIn = Travessura? Virose?

Tou que não posso. Depois de querer filtrar o acesso deixei de poder comentar.
Agora é o Lorpa que não me deixa sequer postar.
É aproveitar para se despedirem porque me parece que vou desaparecer, tecnicamente, no éter; espero que não.

Bjs e abraços à blogosfera

quinta-feira, 2 de novembro de 2006

Rapidinhas e das boas!

Sim senhor, é com'eu gosto.
só prós dez melhores amigos

Malditas Genis...


a todas as GENIS portuguesas que o NÃO amoral quer agrilhoar a consciência
De tudo que é nego torto
Do mangue e do cais do porto
Ela já foi namorada
O seu corpo é dos errantes
Dos cegos, dos retirantes
É de quem não tem mais nada
Dá-se assim desde menina
Na garagem, na cantina
Atrás do tanque, no mato
É a rainha dos detentos
Das loucas, dos lazarentos
Dos moleques do internato
E também vai amiúde
Co'os velhinhos sem saúde
E as viúvas sem porvir
Ela é um poço de bondade
E é por isso que a cidade
Vive sempre a repetir
Joga pedra na Geni
Joga pedra na Geni
Ela é feita pra apanhar
Ela é boa de cuspir
Ela dá pra qualquer um
Maldita Geni

Um dia surgiu, brilhante
Entre as nuvens, flutuante
Um enorme zepelim
Pairou sobre os edifícios
Abriu dois mil orifícios
Com dois mil canhões assim
A cidade apavorada
Se quedou paralisada
Pronta pra virar geleia
Mas do zepelim gigante
Desceu o seu comandante
Dizendo - Mudei de ideia
- Quando vi nesta cidade
- Tanto horror e iniquidade
- Resolvi tudo explodir
- Mas posso evitar o drama
- Se aquela formosa dama
- Esta noite me servir
Essa dama era Geni
Mas não pode ser Geni
Ela é feita pra apanhar
Ela é boa de cuspir
Ela dá pra qualquer um
Maldita Geni
Mas de fato, logo ela

Tão coitada e tão singela
Cativara o forasteiro
O guerreiro tão vistoso
Tão temido e poderoso
Era dela, prisioneiro
Acontece que a donzela
- e isso era segredo dela
Também tinha seus caprichos
E a deitar com homem tão nobre
Tão cheirando a brilho e a cobre
Preferia amar com os bichos
Ao ouvir tal heresia
A cidade em romaria
Foi beijar a sua mão
O prefeito de joelhos
O bispo de olhos vermelhos
E o banqueiro com um milhão
Vai com ele, vai Geni
Vai com ele, vai Geni
Você pode nos salvar
Você vai nos redimir
Você dá pra qualquer um
Bendita Geni

Foram tantos os pedidos
Tão sinceros, tão sentidos
Que ela dominou seu asco
Nessa noite lancinante
Entregou-se a tal amante
Como quem dá-se ao carrasco
Ele fez tanta sujeira
Lambuzou-se a noite inteira
Até ficar saciado
E nem bem amanhecia
Partiu numa nuvem fria
Com seu zepelim prateado
Num suspiro aliviado
Ela se virou de lado
E tentou até sorrir
Mas logo raiou o dia
E a cidade em cantoria
Não deixou ela dormir
Joga pedra na Geni
Joga bosta na Geni
Ela é feita pra apanhar
Ela é boa de cuspir
Ela dá pra qualquer um
Maldita Geni

Sócrates:








ESTOU FARTINHO DE VER A MINHA INTELIGENCIA INSULTADA